Panorama internacional

Trump apresenta a Netanyahu plano com 20 pontos para acabar com a guerra na Faixa de Gaza

O governo dos Estados Unidos divulgou nesta segunda-feira (29) um plano em 20 pontos assinado pelo presidente Donald Trump com a promessa de encerrar imediatamente a guerra na Faixa de Gaza, caso "ambas as partes" aceitem as condições. Durante o encontro com o republicano, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou concordar com os termos.
Sputnik
O documento combina um pacote de segurança, grandes trocas de prisioneiros e reféns, e um programa de reconstrução do enclave juntamente com um modelo de governança transitória internacionalmente supervisionado.
Entre os possíveis nomes defendidos pelos Estados Unidos para liderar o governo provisório, está o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair, que tem bom trânsito entre os países árabes. Até o momento da coletiva de imprensa, o Hamas não havia se posicionado. Veja abaixo os principais detalhes do plano:

Liberação dos reféns em 72 horas

O eixo do plano é um compromisso de que todos os reféns, vivos e mortos, sejam devolvidos dentro de 72 horas após Israel aceitar publicamente o acordo. Em troca, haveria uma suspensão imediata das operações militares e uma retirada israelense para linhas previamente acordadas.
O texto prevê também como contrapartida a libertação em massa de prisioneiros palestinos por parte de Israel: ao todo, são 250 condenados à prisão perpétua e cerca de 1,7 mil detidos desde 7 de outubro de 2023.
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Segurança e desmilitarização

O documento exige que a Faixa de Gaza se torne uma "zona 'desradicalizada' e livre de terrorismo". Isso inclui a destruição de infraestrutura militar, como túneis e fábricas de armas, o início de um processo de desmilitarização verificado por observadores independentes e um programa financiado internacionalmente para a reintegração de combatentes.
Membros do Hamas que se comprometerem com a convivência pacífica e com a entrega de armas receberiam anistia e os que quiserem sair de Gaza teriam passagem segura para países receptores.

Força Internacional de Estabilização

Para garantir a ordem, Washington propõe a criação de uma Força Internacional de Estabilização, composta por parceiros árabes e internacionais, que entraria em Gaza para treinar e apoiar forças policiais palestinas em coordenação com Israel e Egito.
O grupo militar seria uma solução interna de segurança de longo prazo e supervisionaria a retirada progressiva das Forças de Defesa de Israel (FDI) conforme as metas de desmilitarização fossem cumpridas.

Instituição de governo temporário

A proposta prevê a criação de um governo de transição através de um comitê que seria responsável pelos serviços públicos, sob supervisão de um novo órgão internacional com 25 membros presidido por Trump e com a inclusão de líderes e ex-líderes internacionais, como Tony Blair. Porém, inclui a participação de apenas um representante palestino, sem citar detalhes.
O comitê ainda iria definir o quadro institucional, o financiamento e as regras para atrair investimentos até que a Autoridade Palestina complete um programa de reformas que lhe permita reassumir o controle.

Outros pontos do documento são:

Zona econômica especial: criação de uma área com tarifas preferenciais e acesso facilitado ao comércio internacional para impulsionar investimentos e gerar empregos em Gaza.
Liberdade de movimento: ninguém será obrigado a deixar o território; quem desejar poderá permanecer, sair ou retornar livremente.
Garantias regionais: países parceiros atuarão como fiadores do acordo, assegurando que Hamas e demais facções cumpram suas obrigações e que a "Nova Gaza" não represente ameaça aos seus vizinhos nem ao seu próprio povo.
Plano B em caso de recusa: se o Hamas rejeitar a proposta, a assistência humanitária será implementada apenas nas áreas livres de terrorismo sob controle da ISF.
Diálogo inter-religioso: será promovido um processo de aproximação entre líderes e comunidades judaicas e palestinas, com foco em tolerância, convivência pacífica e mudança de narrativas históricas.
Rumo ao Estado palestino: com a reconstrução de Gaza e a reforma da Autoridade Palestina, será possível abrir um caminho confiável para a criação de um Estado palestino.
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Na sequência, o primeiro-ministro israelense afirmou que Israel está determinado a pôr fim ao conflito em Gaza de qualquer forma, mesmo que o Hamas rejeite o plano.

"Se o Hamas rejeitar o seu plano, senhor presidente, ou se fingir aceitá-lo e depois fizer de tudo para sabotá-lo, Israel concluirá o trabalho por conta própria", declarou Netanyahu durante a coletiva de imprensa após reunião bilateral com Trump.

"Isso pode ser feito da maneira fácil ou da maneira difícil", acrescentou o premiê israelense.

Catar e Egito entregam plano de Trump ao Hamas

O Egito e o Catar, principais mediadores do conflito, entregaram o plano norte-americano à liderança do Hamas algum tempo após o fim do encontro entre Trump e Netanyahu, informou a rede catariana Al Jazeera.
Momentos antes, o Hamas havia declarado que ainda não havia recebido a proposta.
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