Os manifestantes da oposição invadiram o pátio do palácio Orbeliani, sede do presidente, cargo ocupado por Mikheil Kavelashvili, e atiraram pedras na tentativa de romper as barreiras de ferro, enquanto policiais usaram spray de pimenta e um canhão de água para manter a ordem.
As forças de segurança expulsaram os manifestantes do palácio, mas eles permaneceram nas proximidades.
À repórteres, o ministro do Interior, Aleksandre Darakhvelidze, informou que 14 policiais ficaram feridos durante os protestos. O estado de saúde deles ainda não foi informado.
Em um comunicado à imprensa, o Ministério do Interior disse que vai lançar investigações para apurar os eventos.
"Investigações foram iniciadas com base nos Artigos 317, 187, 222 e 225 do Código Penal, que incluem agressão a um policial, incitação à mudança violenta da ordem constitucional da Geórgia ou derrubada do governo, dano ou destruição de uma instalação, organização, direção ou participação em violência de grupo, bem como tentativa de capturar ou bloquear uma instalação de importância estratégica ou especial."
Líderes da oposição prometeram reunir milhares de "georgianos pró-Europa" nas ruas durante as eleições municipais com o objetivo de derrubar o governo liderado pelo partido Sonho Georgiano.
As seções eleitorais fecharam às 20h, horário local, concluindo o processo de votação, no qual mais de 3,5 milhões de georgianos se registraram.
Segundo autoridades do governo, haveria indícios de que forças externas estariam envolvidas. Imagens captadas por um correspondente da Sputnik mostram os manifestantes atearam fogo em cadeiras e mesas colocadas em frente às forças especiais, que estavam enfileiradas
Forças especiais foram acionadas em Tbilisi após manifestantes derrubarem barreiras no entorno do palácio presidencial. A tropa de choque usou jatos d'água para conter o avanço e estão emitindo sinais de alerta para que a multidão se disperse.
O secretário-geral do partido Sonho Georgiano, Kakhaber Kaladze, classificou os protestos como uma tentativa de golpe de Estado por agentes do exterior. Kaladze venceu seu pleito por mais um termo como prefeito de Tbilisi com mais de 70% dos votos.
"Essas são pessoas que não pertencem a si mesmas, às suas famílias ou ao seu país. São agentes, membros de uma rede. Fazem parte dessa rede, que é controlada do exterior. Todos os manifestantes, independentemente de quem sejam, serão severamente punidos. Quero transmitir isso ao povo do nosso país."
Já o primeiro ministro georgiano, Irakli Kobakhidze descreveu a situação vista na rua Atoneli, localização do palácio Orbeliani, como "um crime" financiado por agentes estrangeiros. "Qualquer tentativa de violência será reprimida, e medidas severas serão tomadas nos próximos dias", decretou.
À repórteres, ele nomeou especificamente o embaixador da União Europeia no país, Pawel Herczyński, como um dos culpados pela situação do país.
"Algumas pessoas do exterior expressaram apoio direto à tentativa de derrubar a ordem constitucional, incluindo o representante da UE. Diante disso, o embaixador da UE na Geórgia tem uma responsabilidade especial."
Segundo Kobakhidze, o representante europeu deve vir a público, assumir sua responsabilidade e condenar as ações dos manifestantes. "Essa é sua responsabilidade direta, visto que vimos e ouvimos declarações de apoio à tentativa de golpe. Vamos ver como eles reagirão", afirmou o premiê durante uma coletiva de imprensa.
As eleições para órgãos de governo autônomo local foram realizadas simultaneamente neste sábado na Geórgia, em 64 municípios e distritos. Os resultados da votação incluirão os prefeitos de cinco cidades autônomas — Tbilisi, Kutaisi, Batumi, Rustavi e Poti —, os prefeitos de 59 municípios e os deputados das assembleias locais, conhecidas como Sakrebulo.
Segundo os resultados preliminares da Comissão Eleitoral Central do país, o partido governista saiu na frente. Com 55% dos votos apurados, o Sonho Georgiano venceu mais de 80% das eleições locais, e ganhou a maioria em todos os Sakrebulo.