O bloco busca alternativas à hegemonia dos EUA com o uso de moedas nacionais, plataformas digitais e novas formas de pagamento.
O SCMP observa que o uso do dólar como instrumento de política externa pelos Estados Unidos, por meio de sanções e do controle sobre o sistema SWIFT, levou muitos países emergentes a procurar outros caminhos.
A China já promove acordos comerciais em yuan, enquanto o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva defende "uma moeda global para o comércio, sem dependência do dólar".
O Novo Banco de Desenvolvimento também está promovendo empréstimos em moedas locais, reduzindo a exposição à moeda norte-americana.
"Essa normalização da liquidação em moeda local é um passo em direção à desdolarização", aponta a publicação.
Entre as iniciativas em curso está o projeto Brics Pay, que pretende conectar sistemas de pagamento nacionais e operar fora do SWIFT. O assessor do Kremlin Yuri Ushakov descreveu o sistema como "baseado em tecnologias digitais e blockchain, livre de interferências políticas".
Segundo o SCMP, o processo de desdolarização será gradual, mas pode mudar o equilíbrio global.
"O BRICS não tenta derrubar o dólar amanhã, mas construir alternativas sólidas para a próxima década", conclui o jornal.