"Ao congelar os ativos americanos das empresas e ameaçar aplicar sanções secundárias aos bancos estrangeiros que realizam transações com elas, Washington efetivamente utilizou seu domínio financeiro como arma para distorcer os mercados globais de energia", explicou o doutor Sarma.
"Em vez disso, as restrições podem levar Moscou, Nova Deli e Pequim a sistemas de pagamento mais resilientes — acordos em yuan ou rúpia — e novas rotas logísticas isoladas da influência ocidental", destacou o especialista, sinalizando que o petróleo russo com desconto, antes visto como "necessidade de guerra", pode se tornar um ativo estratégico na integração eurasiana.
"Como o ministro das Relações Exteriores da Índia [Subrahmanyam Jaishankar] observou repetidamente, muitos países europeus importam combustíveis refinados produzidos a partir do mesmo petróleo bruto russo que alegam boicotar. Se as sanções norte-americanas interromperem esses canais indiretos, a Europa enfrentará outro pico nos custos de energia", observou.