A chegada do USS Gravely havia sido anunciada na última quinta-feira (23) pelo governo da ilha de Trinidad e Tobago que está localizada a cerca de dez quilômetros da Venezuela. O destróier permanecerá atracado em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago, até a próxima quinta-feira (30).
NO objetivo da ação segundo as autoridades envolvidas é realizar treinamento conjunto com as forças de defesa do país caribenho com pouco mais de 1,4 milhão de habitantes.
Caracas acusa o novo governo de Trinidad de servir aos interesses de Washington. No último sábado, a Venezuela realizou exercícios militares com o objetivo de proteger seu litoral de eventuais "operações encobertas" aprovadas pelo governo dos EUA. A informação foi anunciada pelo ministro da defesa da Venezuela, Vladimir Padrino.
O anúncio ocorre apenas um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, dizer que os Estados Unidos estão se preparando para uma operação terrestre contra cartéis de drogas na Venezuela.
O cerco militar norte-americano contra a Venezuela vem estreitando nos últimos meses, sob o coro de combate ao tráfico de drogas engrossado por Trump. Uma onda de ataques contra embarcações vêm sendo realizadas no mar do Caribe.
Tensões entre EUA e Venezuela As tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos começaram a se intensificar em agosto, quando Washington anunciou o envio de navios e aeronaves militares para o sul do Caribe.
Navios de guerra, caças, bombardeiros, fuzileiros navais, drones e aviões espiões se encontram no mar do Caribe e Trump anunciou que há operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) no país de Nicolás Maduro.
Brasil como mediador da crise?
O conflito entre os Estados Unidos e a Venezuela foi abordado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião com o presidente dos EUA, Donald Trump, neste domingo, na Malásia, às margens da Cúpula da Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN), na capital, Kuala Lumpur.
O presidente brasileiro disse que, por tradição, o Brasil está disposto a atuar como um elemento de promoção da paz e se propôs a mediar a comunicação entre Estados Unidos e a Venezuela, de acordo com o ministro Mauro Vieira.
"O presidente Lula levantou o tema, disse que a América Latina e a América do Sul, especificamente, onde estamos, é uma região de paz e se prontificou a ser interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela, para se buscarem soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países", disse.
O chanceler relatou que Trump agradeceu e concordou.