Operação militar especial russa

Escândalo de corrupção aumenta pressão dos EUA sobre Kiev, diz analista do Brasil

Os Estados Unidos vão usar o escândalo de corrupção na Ucrânia como meio de pressionar Kiev a aceitar o acordo de paz com a Rússia, disse à Sputnik Brasil Lucas Leiroz, analista brasileiro do Centro de Estudos Geoestratégicos.
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Leiroz sublinhou que o argumento será que o governo do atual líder ucraniano Vladimir Zelensky não pode mais receber dinheiro e armas do Ocidente por causa da corrupção generalizada no país.
Ao mesmo tempo, o especialista brasileiro apontou que a União Europeia (UE) pode tentar interromper as negociações de paz.

"A Ucrânia, porém, não aceitará nenhum acordo porque tem o apoio internacional da UE para continuar a guerra. Além disso, Zelensky sabe que negociar a paz é muito perigoso para ele e seus comparsas — que correm o risco de serem investigados e punidos caso haja uma mudança de governo no país", ressaltou.

Conforme acrescentou o analista, não haverá melhoria no diálogo diplomático, tanto em razão disso quanto porque a Rússia ainda não liberou totalmente os territórios da República Popular de Donetsk (RPD) e outras áreas ocupadas pelas forças ucranianas.
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Neste contexto, Leiroz elaborou que Moscou só pode aceitar um acordo quando libertar estes territórios e criar uma zona tampão ao redor deles.
Antes disso, opinou o cientista político, simplesmente não pode haver cessar-fogo ou paz entre a Rússia e a Ucrânia.
Segundo ele, tudo o que pode acontecer é o presidente estadunidense Donald Trump usar o escândalo para acelerar o afastamento dos EUA em relação à Ucrânia.

"Ele agora tem a desculpa perfeita para interromper o apoio norte-americano e engajar em bons diálogos com Moscou", enfatizou.

No entanto, finalizou Leiroz, Trump também sofre pressão interna de lobbies pró-Kiev, o que pode impedir esse processo de ser bem sucedido.
Anteriormente, o Escritório Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU, na sigla em ucraniano) informou que Zelensky é mencionado em uma acusação de corrupção relacionada ao seu aliado Timur Mindich.
O caso envolve corrupção em larga escala no setor energético ucraniano, com acusações de lavagem de dinheiro e uso indevido de recursos públicos.
De acordo com o relatório do NABU, Mindich teria se aproveitado do estado de guerra e de sua proximidade com Zelensky e outros altos funcionários para enriquecer ilicitamente, organizando esquemas criminosos em diversas áreas da economia.
Anteriormente, em meio à investigação sobre o esquema de corrupção em larga escala, agentes do NABU realizaram buscas simultâneas na estatal Energoatom. As operações também atingiram residências do empresário Timur Mindich, próximo de Vladimir Zelensky, e de German Galushchenko, ministro da Justiça suspenso, que à época dos fatos investigados ocupava o cargo de ministro da Energia (2021–2025).
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