Panorama internacional

Sem EUA, G20 divulga declaração conjunta e enfatiza transição energética justa em meio a desigualdades

Os líderes mundiais reunidos na 20ª Cúpula do G20 chegaram, neste sábado (22), a um amplo consenso sobre resiliência a desastres, sustentabilidade de dívida, transições energéticas justas e minerais críticos ao adotarem a Declaração dos Líderes, na África do Sul.
Sputnik
O anúncio da adoção da declaração foi feito na abertura da cúpula, a primeira realizada no continente africano. O encontro de dois dias está sendo realizado em Joanesburgo, sob o tema "Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade".
A declaração alerta que desastres e choques cada vez mais frequentes e intensos estão prejudicando o desenvolvimento e sobrecarregando os sistemas de resposta. Os líderes afirmaram que estes eventos "dificultam o progresso rumo ao desenvolvimento sustentável e pressionam tanto as capacidades nacionais quanto a capacidade de resposta do sistema internacional".
Os líderes defenderam abordagens integradas e centradas nas pessoas e destacaram a necessidade de "fortalecimento da resiliência e da resposta a desastres", particularmente para os pequenos Estados insulares em desenvolvimento vulneráveis ​​e os países menos desenvolvidos. O acesso à energia e a transição energética também foram temas de destaque.
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A declaração ressalta as gritantes desigualdades, observando que "mais de 600 milhões de africanos não têm acesso à eletricidade". Os líderes apoiam os esforços para triplicar a capacidade global de energias renováveis ​​e dobrar as melhorias na eficiência energética até 2030, e enfatizaram a urgência de mobilizar investimentos em larga escala e facilitar o financiamento a baixo custo para os países em desenvolvimento.
Na declaração também há destaque à importância da transferência voluntária de tecnologia "em termos mutuamente acordados". Sobre minerais críticos, o G20 endossou uma Estrutura para Minerais Críticos, descrevendo-a como um guia voluntário para "cadeias de valor de minerais críticos sustentáveis, transparentes, estáveis ​​e resilientes que sustentam a industrialização e o desenvolvimento sustentável".
A declaração enfatiza que os recursos minerais devem servir como "um catalisador para a agregação de valor e o desenvolvimento abrangente, em vez de apenas exportações de matéria-prima", afirmando o direito dos países produtores de aproveitar seus recursos para o crescimento inclusivo. A declaração dos líderes reflete um reconhecimento compartilhado de que os desafios globais exigem abordagens mais coordenadas e equitativas.

Vitória do Sul Global

Em discurso às margens da Cúpula do G20, o chanceler da África do Sul, Ronald Lamola classificou a declaração final como um "triunfo do multilateralismo" e uma ponte entre o Norte e o Sul Global.
Lamola destacou que a declaração se apoia em quatro pilares: reforço da resiliência a desastres, sustentabilidade da dívida em países de baixa renda, financiamento para uma transição energética justa e uso estratégico dos minerais críticos para crescimento inclusivo.
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