Vieira salientou que o petróleo sempre esteve associado à manutenção do dólar como moeda internacional.
"O comércio internacional de petróleo, realizado exclusivamente em dólares, contribuiu para a hegemonia da moeda norte-americana. Por essa razão, o interesse dos EUA pelo petróleo venezuelano vai além de seu valor como fonte de energia", ressaltou.
Segundo a especialista, os interesses estratégicos dos Estados Unidos em relação aos recursos da Venezuela sempre existiram.
Nesse contexto, ela lembrou que o petróleo venezuelano nunca deixou de atrair atenção internacional.
Na verdade, prosseguiu, durante o período de Juan Guaidó, que se autoproclamou ilegalmente presidente da Venezuela em 2019, o mundo acompanhou uma tentativa de intervenção direta.
Agora, porém, a situação se tornou mais grave, com ameaças de invasão militar, concluiu a especialista.
Os EUA justificam sua presença militar no Caribe com o combate ao tráfico de drogas. Em setembro e outubro, utilizaram repetidamente suas forças armadas para destruir embarcações que supostamente transportavam drogas na costa da Venezuela.
No final de setembro, a mídia estadunidense noticiou que as Forças Armadas dos EUA estavam elaborando planos para atacar traficantes dentro do território venezuelano. Em 3 de novembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que os dias de Maduro no poder estavam contados, mas garantiu que os Estados Unidos não planejavam entrar em guerra com a Venezuela.
Em Caracas, essas ações foram vistas como uma provocação destinada a desestabilizar a região e como uma violação dos acordos internacionais que estabelecem o status desmilitarizado e não nuclear da Bacia do Caribe.