A revista salienta que uma sepultura do quinto milênio a.C. continha um jovem alto, com cerca de 171 a 177 cm de altura, enterrado agachado de lado, sem objetos funerários, em uma cova mais profunda que o habitual.
A descoberta na necrópole na Bulgária.
"Exames forenses e arqueozoológicos detalhados descartaram o uso de armas, a ocorrência de violência interpessoal ou mesmo a prática de trepanação [...]. O tamanho, a forma, a profundidade e o espaçamento das feridas estão de acordo com os dentes de um leão [Panthera leo],animal que se sabe ter vivido nos Balcãs durante a Idade do Cobre", ressalta o artigo.
Além disso, o material aponta que predadores menores, como linces ou leopardos, foram excluídos tanto por razões anatômicas quanto com base em evidências regionais.
Segundo a publicação, o esqueleto apresenta traumas extremos, incluindo perfurações e esmagamentos no crânio, que expuseram o cérebro, e danos em membros e músculos.
A presença de um fragmento ósseo fundido dentro do crânio sugere um ferimento grave na cabeça, mas não fatal.
Observa-se que os restos mortais do jovem mostram que ele sobreviveu a um ataque de um grande predador, tendo sofrido várias mordidas, inclusive uma grave na cabeça.
Caixa craniana reconstruída, Bulgária.
Sinais de cicatrização indicam que ele viveu por vários meses após o ataque, mas ficou gravemente incapacitado. Sua sobrevivência sugere que membros de sua comunidade cuidaram dele e o apoiaram durante a recuperação.
Assim, finaliza a publicação, a ausência de objetos funerários e a profundidade incomum do túmulo podem refletir uma atitude social ambígua em relação a ele após a morte.