Em carta enviada ao presidente do Conselho de Segurança da ONU, Samuel Zbogar, a chancelaria venezuelana condenou a apreensão, em 10 de dezembro, de um navio petroleiro na costa da Venezuela pelo governo do presidente Donald Trump.
"A República Bolivariana da Venezuela denuncia e repudia energicamente o que constitui um roubo descarado e um ato de pirataria internacional, anunciado de forma pública pelo presidente dos Estados Unidos, que confessou o assalto a um navio petroleiro no mar do Caribe", diz a carta.
O ministro das Relações Exteriores de Maduro, Iván Gil, pediu a libertação "imediata e incondicional da tripulação sequestrada", assim como a devolução do petróleo "confiscado ilegalmente no alto mar".
"Não é a primeira vez que o admite: já durante sua campanha de 2024 afirmou abertamente que seu objetivo sempre foi ficar com o petróleo venezuelano sem pagar qualquer contrapartida em troca, deixando claro que a política de agressão contra o nosso país responde a um plano deliberado de espoliação de nossas riquezas energéticas", segue o texto.
De acordo com Washington, o navio, que estaria transportando petróleo da Venezuela para o Irã, é sancionado há anos por conta de ligações com uma rede de financiamento de organizações terroristas.
A carta da chancelaria Venezuelana termina solicitando o apoio e a indignação da população e demais países frente à apreensão:
"A Venezuela faz um chamado a todo o povo venezuelano para permanecer firme na defesa da pátria e exorta a comunidade internacional a rejeitar essa agressão e vandalismo, ilegal e sem precedentes, que se pretende normalizar como uma ferramenta de pressão e saque".
Desde setembro, as forças armadas estadunidenses já destruíram dezenas de embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas na costa da Venezuela, matando mais de 80 pessoas. No final de setembro, a NBC noticiou que as Forças Armadas norte-americanas estavam estudando opções para atacar narcotraficantes dentro da Venezuela.
Em novembro, Trump ameaçou Maduro, dizendo que os dias dele como chefe de Estado estavam contados, ao mesmo tempo em que garantiu que Washington não tinha planos de entrar em guerra com Caracas.