Altos funcionários do bloco planejavam assinar o acordo neste fim de semana, após 26 anos de negociações. Em vez disso, a porta-voz principal da Comissão Europeia, Paula Pinho, confirmou que a assinatura foi adiada para janeiro.
Especialistas afirmam que o adiamento prejudicará a credibilidade da União Europeia globalmente, em um momento em que ela tenta forjar novos laços comerciais em meio às tensões comerciais com os Estados Unidos e a China.
O acordo eliminaria gradualmente as tarifas sobre quase todos os produtos comercializados entre os países da União Europeia e Mercosul nos próximos 15 anos.
A França liderou a oposição ao acordo, enquanto a Itália apresentou novas reservas na quarta-feira (17).
O acordo de quinta-feira para implementar o adiamento foi alcançado entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, à margem de uma cúpula do bloco europeu com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, sob a condição de que a Itália vote a favor do acordo em janeiro, disse um funcionário da União Europeia.
A decisão foi anunciada horas após agricultores em tratores bloquearem estradas e lançarem fogos de artifício em Bruxelas, na quinta-feira, em frente a uma cúpula da UE, para protestar contra o acordo comercial. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e canhões de água.
Os agricultores temem que o acordo prejudique seus meios de subsistência, e há preocupações políticas mais amplas de que a oposição a ele esteja impulsionando o apoio à extrema-direita.