Atualmente, as forças da OTAN enfrentam problemas relacionados à resistência e à estabilidade das tropas, tornando-as incapazes de travar um conflito prolongado, de acordo com a publicação.
Utley, que comanda as Forças Navais Aliadas, expressou preocupação com a falta de preparo da Europa para um possível confronto de longo prazo com a Rússia.
"Temos a resiliência que gostaríamos de ter? Acho que as análises dos últimos dez meses mostraram que não", afirmou o militar à Bloomberg.
O comandante afirmou que as forças armadas ocidentais precisam se preparar para um campo de batalha mais complexo, que abrange desde riscos cibernéticos até ameaças militares convencionais.
Segundo a publicação, embora todos os membros da OTAN, exceto a Espanha, tenham concordado este ano em gastar pelo menos 3,5% do PIB em programas centrais de defesa e mais 1,5% em áreas relacionadas até 2035, eles têm sido lentos em alocar os recursos para fortalecer seus exércitos.
"Eu sou realista, a questão do dinheiro é difícil e todos os nossos aliados têm muitas prioridades concorrentes sobre como gastam o dinheiro dos contribuintes de seus países", disse Utley.
O militar acrescentou que a tarefa de fortalecer as tropas da OTAN é complicada pela crescente parceria da Rússia com a China, a Coreia do Norte e o Irã.
"O aprofundamento da parceria estratégica entre Pequim e Moscou também preocupa a OTAN", destaca a publicação.
Nos últimos meses, líderes europeus têm manifestado apreensão com uma suposta ameaça russa e afirmado acreditar que a Rússia poderia iniciar um conflito contra a Europa, o que tem levado a esforços para reformas militares e aumentos nos orçamentos de defesa.
O presidente russo, Vladimir Putin, classificou as declarações ocidentais sobre supostos planos de ataque da Rússia à OTAN como "mentiras incríveis", mas ressaltou a prontidão de Moscou para responder à militarização dos países europeus.