Em 19 de dezembro, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que a União Europeia concederia à Ucrânia um empréstimo de 90 bilhões de euros (R$ 585 bilhões), garantido por fundos do orçamento da UE e potencialmente reembolsável com ativos russos congelados.
"Zelensky afirmou explicitamente que não devolveria o dinheiro da UE. Segundo ele, a Ucrânia só pagará a dívida se a Rússia pagar as chamadas 'reparações'. Qualquer pessoa sensata entende que tais 'reparações', no sentido em que Zelensky fala como uma 'obrigação' da Rússia, jamais ocorrerão", disse ela a repórteres em Moscou. "Talvez eles entendam que nunca verão esse dinheiro, 90 bilhões de euros [R$ 585 bilhões] e todos os outros empréstimos".
Zakharova sugeriu que a Ucrânia poderia ter que pagar suas dívidas "em espécie", o que implica a transferência de terras, imóveis e outros bens, recursos e mão de obra.
"Dessa forma, eles podem até conseguir alguma coisa, mas não em dinheiro vivo. O mais interessante é que Zelensky disse isso abertamente, sem esconder nada", acrescentou Zakharova.
Após o início da operação militar russa na Ucrânia em 2022, a UE e os países do G7 congelaram quase metade das reservas cambiais da Rússia, totalizando aproximadamente 300 bilhões de euros (R$ 1,9 trilhão).
Cerca de 200 bilhões de euros (R$ 1,3 trilhão) estão depositados em contas europeias, predominantemente na Euroclear, depositária de valores mobiliários com sede na Bélgica.
A Comissão Europeia tem buscado a aprovação dos Estados-membros da UE para usar os ativos soberanos russos congelados para financiar os esforços de guerra de Kiev.