Uma descoberta arqueológica rara revelou a moeda mais antiga já identificada como cunhada na Escócia, datada do século XII e encontrada por um detectorista de metais perto de Penicuik, em Midlothian. O artefato, emitido durante o reinado de David I, foi oficialmente destinado aos Museus Nacionais da Escócia após avaliação do painel responsável por achados arqueológicos.
A peça desafia o consenso histórico ao indicar que a cunhagem não se limitava a Carlisle, na Cumbria, como se acreditava. A inscrição que menciona Edimburgo confirma que a cidade já abrigava uma casa da moeda no período. "Esta moeda é realmente significativa porque é a primeira do seu tipo a ser cunhada em Edimburgo", destacou Alice Blackwell, curadora sênior dos Museus Nacionais da Escócia (NMS, na sigla em inglês) à mídia local.
Esta é a moeda mais antiga já encontrada cunhada na Escócia. Foi produzida há quase 900 anos, durante o reinado do Rei David I da Escócia (que durou de 1124 a 1153). A moeda, que, de forma incomum para a época, foi cunhada em Edimburgo, foi agora preservada para a nação
Datada da segunda metade da década de 1130, a moeda traz o retrato de David I e um desenho baseado em uma cruz no verso. A inscrição "ESBVRG" reforça a origem edimburguesa e amplia o entendimento sobre a organização monetária do reino escocês no início da Idade Média.
Blackwell lembra que as moedas são fontes históricas essenciais, já que poucos documentos sobrevivem sobre os processos de cunhagem. "Essas moedas em si são a principal evidência histórica", afirmou, ressaltando o valor do achado para a pesquisa numismática.
O reinado de David I foi marcado por reformas profundas, incluindo a expansão da cunhagem para cidades como Perth, Aberdeen e St Andrews, além da criação de burgos reais e da reorganização administrativa do país. A nova moeda reforça a visão de um período de modernização acelerada.
Encontrada em 2023, a peça foi avaliada em £ 15.000 (R$ 104.483), valor pago ao descobridor como recompensa oficial. O NMS planeja utilizá-la prioritariamente em pesquisas, mas há intenção de exibi-la ao público após sua incorporação ao acervo em 2025.
Para especialistas, a moeda pode ter sido perdida acidentalmente na Idade Média, mas seu impacto é profundo: confirma Edimburgo como um centro inicial de cunhagem e oferece uma evidência tangível dos primeiros passos da Escócia rumo à autonomia monetária.