Embora sistemas de alto desempenho possam existir em instituições privadas, como bancos, suas informações não são públicas e seu uso seria para fins muito específicos, explicou Lukas Nellen Filla, pesquisador do Instituto de Ciências Nucleares da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), em declarações publicadas pelo jornal mexicano La Jornada.
Entre as instituições que concentram essa infraestrutura estão a UNAM, o Centro de Pesquisa e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional (Cinvestav), o Centro de Pesquisa em Matemática, a Universidade de Sonora, a Universidade de Guadalajara, a Universidade Autônoma Metropolitana, além de centros de pesquisa em Puebla e San Luis Potosí.
A história da supercomputação no México remonta a 1991, quando a Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) instalou o Cray Y-P4/464, conhecido como Sirio, considerado o primeiro supercomputador não só do país, mas de toda a América Latina, marcando o início de uma crescente demanda acadêmica por esse tipo de infraestrutura.
Nas décadas seguintes, a UNAM incorporou sistemas cada vez mais poderosos, como o Berenice em 1997, o Bakliz em 2003 e o KanBalam em 2007. A capacidade de processamento do KanBalam colocou o México entre as principais universidades do mundo em supercomputação e como líder na América Latina.
Em 2013, a universidade adquiriu o Miztli, um cluster de supercomputadores que expandiu significativamente a capacidade nacional, atingindo mais de 8.000 processadores em 2017 e um desempenho equivalente a dezenas de milhares de computadores pessoais de última geração.
Em paralelo, o jornal mexicano documentou o surgimento do Abacus no Cinvestav, outro sistema de alto desempenho que também posicionou o México como líder regional, ostentando uma capacidade comparável à operação simultânea de cerca de 25.000 laptops.
Atualmente, o uso da supercomputação no México abrange desde a ciência básica e aplicada até campos emergentes impulsionados pela inteligência artificial (IA), como a linguística. No entanto, especialistas alertam que ainda é necessário ampliar seu alcance para as humanidades, as artes e o setor industrial, bem como finalizar projetos estratégicos como o Coatlicue, o futuro supercomputador nacional.