Em 26 de janeiro, a Standard & Poor's (S&P), uma das agências de notação financeira que formam o clube dos chamados "três grandes", reduziu o rating soberano da Rússia para "lixo". As autoridades russas classificaram a decisão da S&P como politicamente motivada e injustificada do ponto de vista dos indicadores de avaliação do desempenho econômico.
Não são poucos os países que impõem reivindicações às agências internacionais Moody's, Standard & Poor's e Fіtch, cujas sedes estão nos EUA. As suas valorações carentes de objetividade encorajam muitos a crer em necessidade de criar suas próprias agências.
A Rússia e a China já estão avançando por este caminho. Na Rússia, têm sido criadas e operam quatro agências de classificação. A empresa chinesa Dagong tem a reputação de uma das mais influentes na Ásia, refere Roman Tkachuk, analista sênior do grupo de investimento Nord-Capital:
"A agência de notação chinesa Dagong vem funcionando desde há duas décadas. É claro que ainda não pode ser comparada com a Moody's, Standard & Poor's e Fіtch, cuja história é centenária. No entanto, a credibilidade da agência chinesa está aumentando, o que é devido, em grande parte, ao declínio da credibilidade das agências de notação clássicas".
Empenhadas em responder às necessidades internas e entrar em mercados estrangeiros, as empresas de notação russas e chinesas decidiram unir os esforços. No verão boreal de 2015, será lançada a agência de classificação UCRG (Universal Credit Rating Group), promovida pela RusRating russa, Dagong chinesa e Egan Jones Rating norte-americana.
De acordo com o CEO da RusRating, Aleksandr Zaitsev, os parceiros têm como objetivo criar um avaliador global, capaz de fazer recuar os "três grandes":
"Nós sentimos um grande interesse por parte dos emitentes tanto russos quanto estrangeiros. Os últimos inclinam-se cada vez mais a crer que as classificações devem ser feitas por agências independentes, que não estejam associadas a qualquer estado ou empresa. Esta é a diferença fundamental em relação aos "três grandes". A UCRG vai ser integrada por quase cinquenta agências de rating de distintos países, que terão a condição de seus fundadores. Na prática, será uma empresa de propriedade da comunidade mundial".
Além disso, a UCRG se propõe implementar uma outra inovação. Para a maior objetividade das avaliações, a empresa internacional irá usar todas as metodologias conhecidas na prática de elaboração de rankings. Até o final deste ano, a empresa pretende confeccionar avaliações dos BRICS, da União Europeia, América Latina e EUA.