Ex-premiê ucraniano fala do papel dos EUA e UE nos acontecimentos no país

© Sputnik / Valeri MelnikovNikolai Azarov apresenta em Moscou o seu livro “Encruzilhada da Ucrânia”
Nikolai Azarov apresenta em Moscou o seu livro “Encruzilhada da Ucrânia” - Sputnik Brasil
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Nesta quarta-feira o ex-premiê ucraniano Nikolai Azarov apresentou o seu livro “A Encruzilhada da Ucrânia” e respondeu às perguntas de jornalistas.

Ele disse nomeadamente que os representantes da Comissão Europeia exerceram pressão sobre as autoridades da Ucrânia na questão do acordo de associação com a União Europeia.

“Nunca ouvi de Putin ou Medvedev dizer que iríamos ter um outro presidente e governo se assinássemos o acordo mas ouvi muitas vezes do [comissário da UE para o Alargamento Stefan] Fuele/ que, se não assinássemos o acordo, um outro governo iria assinar.” 

Ele acrescentou que os EUA tinham uma tática de afastamento gradual do então presidente Viktor Yanukovich do poder. A primeira etapa deste plano tinha como objetivo eliminar o governo ucraniano. Infelizmente os norte-americanos conseguiram envolver Yanukovich em negociações inúteis, ao mesmo tempo que radicais de todas as partes da Ucrânia chegavam a Kiev para a tomar o poder pelas armas. 

Tomando tudo isso em conta, o ex-premiê ucraniano não considera as novas autoridades na Ucrânia legítimas. 

Nikolai Azarov apelou aos dois lados do conflito em Donbass para cessarem as hostilidades.

Segundo o ex-primeiro-ministro, para resolver a crise ucraniana é preciso organizar uma cúpula internacional com a participação dos presidentes dos EUA, Rússia e a chanceler alemã. Azarov acha que com a mediação desses países se poderá criar um governo temporário de profissionais que consiga parar a guerra, elaborar uma nova constituição que pressuponha a federalização da Ucrânia e realizar eleições verdadeiramente democráticas.      

A decisão do então presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich de não assinar um acordo de associação com a União Europeia no final de 2013 desencadeou uma onda de protestos em massa em todo o país, que culminou com o golpe de Estado de fevereiro.

Kiev está realizando desde meados de abril uma operação militar para esmagar os independentistas no leste da Ucrânia, que não reconhecem a legitimidade das novas autoridades ucranianas. Segundo os últimos dados da ONU, mais de 5.000 civis já foram vítimas deste conflito.

Desde 9 de janeiro, a intensidade dos bombardeios na região intensificou-se, aumentou o número de vítimas do conflito.

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