Especialista considera positivo acordo de Minsk para cessar­-fogo

Professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing de Porto Alegre, Fabiano Mielniczuk
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“Todos saem ganhando, independentemente dos interesses que estejam em jogo.” Esta é a análise do diretor da Audiplo e professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing de Porto Alegre, Fabiano Mielniczuk.

Para Fabiano Mielniczuk, o cessar-fogo é fundamental para avançar nas negociações em relação ao que vai ser feito das regiões de Donetsk e Lugansk, no Leste da Ucrânia, e de como vão ser tratadas as pessoas que se envolveram nos conflitos que se iniciaram em 2014. “Qualquer negociação começa com um cessar-fogo, para que haja tempo de respirar tanto de um lado quanto do outro, e para que os monitores internacionais possam fiscalizar a implementação do cessar-fogo e também dos acordos que estão sendo negociados.”

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O professor, no entanto, chama a atenção para a mudança de contexto da negociação realizada agora, que seria bem diferente do contexto do outro acordo firmado em Minsk, em 2014. Mielniczuk explica que no ano passado os ocidentais deram apoio incondicional ao presidente da Ucrânia, Pyotr Poroshenko, com verbas e respaldo diplomático da OTAN, dos Estados Unidos e dos países europeus e sobre como administrar a crise. Porém, a resposta da Ucrânia foi de enfrentamento com os independentistas.

Agora, os europeus e os ocidentais, na visão do especialista em Relações Internacionais, não estão mais tão disponíveis para investir recursos na Ucrânia, que tem gastado dinheiro com uma campanha prolongada contra os rebeldes no Leste do país, além da alternativa que estava se cogitando de os EUA autorizarem o envio de armas letais para os ucranianos lutarem e terminar com o conflito à força. “Nesse momento acendeu um alerta amarelo entre os diplomatas europeus, que, com medo que uma reprise do cenário da guerra civil da Síria acontecesse também na Europa, decidiram tomar a frente das negociações e, junto com o presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, continuaram as negociações que deram origem ao cessar-fogo.”

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Sobre o fato de a ideia dos Estados Unidos de fornecer mais armas letais para colocar fim ao conflito ter sido vencida com o acordo de cessar-fogo, o professor analisa que a decisão deixa hoje a Rússia em uma condição melhor do que no ano passado para negociar e avançar com os interesses dos russos no Leste da Ucrânia, o que deixa os EUA numa posição de perda nesse embate. “Você pode pensar num ganho relativo da Rússia, e numa perda parcial dos Estados Unidos. Porém, é muito complexo quando se trata de um conflito que já tirou a vida de mais de 5 mil pessoas, e que poderia tomar proporções muito maiores. Sendo assim, nesse quesito específico todos saem ganhando com o cessar-fogo e com a possibilidade de uma negociação diplomática para resolver a crise.”

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