Opinião: Acordos de Minsk fazem EUA recuar

© AP Photo / AP Photo/Mstyslav ChernovSituação na Ucrânia
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Os EUA querem continuar a pressionar politicamente a Rússia, mas os esforços dos seus parceiros na União Europeia podem fazer Washington concordar com um recuo tático e abandono temporário das suas posições duras, opina Jon Hellevig.

O candidato a deputado do Parlamento Europeu, cientista político Jon Hellevig concedeu uma entrevista à emissora Sputnik.

Segundo Hellevig, a crise na Ucrânia é só um pretexto, mas não a razão para a pressão econômica dos EUA sobre a Rússia, a posição de Washington provavelmente não mudará após a assinatura dos Acordos de Minsk. Ao mesmo tempo as iniciativas da UE podem fazer com que os EUA mudem a tática em relação à Rússia.

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"Eu não acho que os EUA tenham mudado a sua posição. Eles querem continuar pressionando a Rússia, mas podem ser forçados pelas ações europeias a fazer um recuo tático da sua linha dura", disse Hellevig à Sputnik.

Segundo outro especialista, o cientista político Patrick Smith, mesmo após o armistício ter sido obtido, Washington não vai abandonar as tentativas de influenciar o governo ucraniano e dificultar as condições para a implementação dos acordos de paz.

"Uma das conversas mais importantes que está agora acontecendo é, provavelmente, a entre o secretário de Estado [John] Kerry  e Poroshenko", disse Smith à Sputnik. Perguntado sobre o que Kerry pode prometer a Poroshenko, comentou: "Dependendo do que seja, poderá incentivar o governo de Poroshenko em uma direção ou outra".

A Sputnik observa que, após os acontecimentos em Minsk,  ocorreu outro evento importante – o FMI e a Ucrânia chegaram a um acordo preliminar para prestar assistência financeira a Kiev, no valor de 17,5 bilhões de dólares norte-americanos no âmbito do programa de quatro anos para superar a crise econômica.

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De acordo com Patrick Smith, entre estes eventos existe uma relação: o chefe de Estado ucraniano Poroshenko foi a Minsk principalmente para salvar a economia "praticamente inexistente" da Ucrânia com a ajuda de credores estrangeiros.

"Nesse sentido, Poroshenko tem feito o que a liderança em Kiev é realmente boa a fazer – ele aceitou um suborno”, disse Smith. Ele também acredita que a possibilidade de obter financiamento levou o presidente da Ucrânia à mesa das negociações e agora o governo terá de cumprir as exigências do FMI para realizar reformas econômicas impopulares.

Jon Hellevig acrescenta que a ajuda financeira de credores estrangeiros não é suficiente, e, portanto, as autoridades de Kiev serão incapazes de cumprir as obrigações sociais relativamente aos moradores de Donbass.

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