O candidato a deputado do Parlamento Europeu, cientista político Jon Hellevig concedeu uma entrevista à emissora Sputnik.
Segundo Hellevig, a crise na Ucrânia é só um pretexto, mas não a razão para a pressão econômica dos EUA sobre a Rússia, a posição de Washington provavelmente não mudará após a assinatura dos Acordos de Minsk. Ao mesmo tempo as iniciativas da UE podem fazer com que os EUA mudem a tática em relação à Rússia.
Segundo outro especialista, o cientista político Patrick Smith, mesmo após o armistício ter sido obtido, Washington não vai abandonar as tentativas de influenciar o governo ucraniano e dificultar as condições para a implementação dos acordos de paz.
"Uma das conversas mais importantes que está agora acontecendo é, provavelmente, a entre o secretário de Estado [John] Kerry e Poroshenko", disse Smith à Sputnik. Perguntado sobre o que Kerry pode prometer a Poroshenko, comentou: "Dependendo do que seja, poderá incentivar o governo de Poroshenko em uma direção ou outra".
A Sputnik observa que, após os acontecimentos em Minsk, ocorreu outro evento importante – o FMI e a Ucrânia chegaram a um acordo preliminar para prestar assistência financeira a Kiev, no valor de 17,5 bilhões de dólares norte-americanos no âmbito do programa de quatro anos para superar a crise econômica.
"Nesse sentido, Poroshenko tem feito o que a liderança em Kiev é realmente boa a fazer – ele aceitou um suborno”, disse Smith. Ele também acredita que a possibilidade de obter financiamento levou o presidente da Ucrânia à mesa das negociações e agora o governo terá de cumprir as exigências do FMI para realizar reformas econômicas impopulares.
Jon Hellevig acrescenta que a ajuda financeira de credores estrangeiros não é suficiente, e, portanto, as autoridades de Kiev serão incapazes de cumprir as obrigações sociais relativamente aos moradores de Donbass.