Na quinta-feira (12), soube-se que um dos ex-presos de Guantánamo que Uruguai tinha aceitado no final de 2014, Jihad Ahmad Diyab, deixou o país para deslocar-se à Argentina, onde pedirá asilo.
Diyab, de mãe argentina, concedeu uma entrevista à emissora Madre, de Buenos Aires, em que exortou as autoridades da Argentina a acolherem os prisioneiros de Guantánamo.
"Nunca vou esquecer os companheiros que estão lá, e é por isso é que eu vim aqui para lutar. Por exemplo, o governo argentino pode receber os presos de Guantánamo aqui de forma humanitária", disse.
Diyab, que permaneceu na prisão estadunidense situada em Cuba por 12 anos, não joga fora a roupa laranja, que levou de Guantánamo. Insiste que é "parte dele": "Antes de sair, disseram-me que mudasse a roupa e me vestisse com um traje marrom. Eu coloquei em cima, porque é simbólico e muito importante para mim".
Segundo a mídia uruguaia, a sua súbita deslocação é resultado de tensões oriundas de divergências religiosas e políticas entre os seis ex-presos.
Entrevista presidencial
Por estar na Argentina, Jihad Ahmad Diyab não teve a oportunidade de conversar com o presidente do Uruguai, José Mujica, que veio visitar os cinco presos que restaram em Montevidéu.
São o tunisino Abdul Bin Mohamed Abis Ourgy (49), o palestiniano Mohamed Tahanmatan (35) e os sírios Ahmed Adnan Ahjam (37), Ali Hussain Shaabaan (32) e Omar Mahmoud Faraj (39). Todos eles vieram ao Uruguai junto com Diyab em dezembro de 2014.
O mandatário uruguaio recomendou aos ex-detentos que "sigam para diante", afirmando que "sabia do que falava". Destacou também a importância de aprenderem o espanhol para poderem estabelecer laços no país — ou na região — e a trabalharem.