Prestes a enfrentar reajustes que podem passar dos 50%, representantes da indústria voltaram a defender a diferenciação dos custos para produção e consumo, além de cobrar investimentos em linhas de transmissão.
A maior preocupação do governo, durante a reunião, foi assegurar ao setor industrial de que não há risco de apagões e racionamento. Em uma longa apresentação, o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, garantiu aos empresários que o sistema é "robusto" e confiável, afirmou que os investimentos nas linhas de transmissão estão sendo feitos e, mesmo com problemas nas hidrelétricas, as térmicas são capazes de garantir o sistema.
Do outro lado da mesa, a questão não era apenas a preocupação com a falta de energia, mas o custo para a produção, uma antiga preocupação. Há pelo menos cinco anos a Confederação Nacional da Indústria (CNI) reclama dos custos cobrados pela energia industrial. Agora, com seu ex-presidente, Armando Monteiro, na cadeira de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a discussão ganhou fôlego.
Há um consenso entre os empresários de que o governo precisa diferenciar energia para consumo da energia para produção, como é feito em outros países. Essa diferença, alegam, piora a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
Antes mesmo do reajuste previsto para esse início de ano, cálculos do setor apontam que a indústria tem, hoje, um custo de R$ 402 por KWh, o sexto maior do mundo. As reduções feitas no ano passado para o consumidor residencial não chegaram às empresas, que reclamam de serem oneradas pela produção.
Fonte: Estadão Conteudo