As autoridades de Moscou podem restringir, a partir de 1 de abril do ano em curso, a venda em lojas, cafés e boates de bebidas energéticas alcoólicas. O respetivo projeto de lei foi discutido nesta quarta-feira na Duma Municipal da capital russa.
Segundo Kirill Schitov (partido Rússia Unida), presidente da comissão da Duma Municipal para Assuntos de Esporte e Política Juvenil, a restrição de venda e consumo deste tipo de bebidas é uma iniciativa "atualíssima". Os outros participantes da discussão concordaram com o chefe da comissão, dizendo que o fenômeno constitui um "grande mal social".
Os deputados decretaram que o projeto de lei só será aceito se for aprovado pela maioria dos habitantes de Moscou. Uma votação foi iniciada na aplicação eletrônica Aktivny Grazhdanin (Cidadão Ativo) para que os moscovitas possam participar da discussão.
Energia e álcool
Bebidas energéticas alcoólicas são um tipo de bebidas energéticas com um teor pequeno de álcool (até 7,5%). É como uma lata de guaraná misturada com álcool. No Brasil, este tipo de produto não é comum. Nos EUA, está vigente a proibição de bebidas energéticas alcoólicas.
Os cardiologistas brasileiros apontaram recentemente para um sério risco para a saúde presente nos energéticos alcoólicos. A notícia não é recente, nem vem só do Brasil. Mas na época do Carnaval, vale lembrar que misturar energético com álcool não vai te dar mais força para dançar, senão pode levar a consequências graves. Sabe aquela cena do filme "Dona Flor e seus Dois Maridos", em que o fantasiado Vadinho cai subitamente morto?
Uma dessas consequências é a agravação de doenças cardíacas pré-existentes. O efeito da bebida energética é a ativação brusca do sistema nervoso central, o que já de por si pode ser perigoso, dependendo da quantidade da bebida ingerida. A ingestão frequente com excesso pode causar insônia, ansiedade e dores de cabeça.
Já o álcool tem efeito sedativo. Mas a ação da cafeína, taurina, guaraná e outros elementos "energéticos" do energético "esconde" a ação sedativa do álcool, fazendo com que o consumidor pode perder o controle do seu estado de embriaguez. Além disso, há pesquisas que afirmam que a cafeína acelera a morte de células cerebrais, provocada pelo álcool, o que pode levar ao envelhecimento precoce e doenças de Alzheimer e Parkinson.
Outro vício
Há notícias também na área do outro vício entre os mais espalhados do mundo, o tabagismo. Recentemente, foi aceita uma extensão da lei brasileira 12.546 (Lei Antifumo), que proíbe, a partir de dezembro de 2014, a instalação de fumódromos e a publicidade de cigarros e outros produtos derivados do tabaco.
Agora, fica proibido no Brasil fumar em todo local fechado (fora casos excepcionais, como cultos religiosos que têm rituais relacionados com o ato de fumar), e também fazer todo tipo de propaganda comercial de cigarros e produtos derivados — mesmo em locais de venda.
De modo que o fumante que quiser comprar cigarros não verá se há a marca preferida dele e terá que perguntar primeiro se há cigarros e depois se há a marca dele.
Uma restrição semelhante está em vigor na Rússia desde meados de 2014, quando entrou em vigor uma lei que proíbe o uso de cigarros e produtos derivados do tabaco em locais fechados e públicos. Também a propaganda comercial, inclusive em pontos de venda, está proibida.
Durante o ano transcorrido, houve críticas à lei antifumo russa. Mas várias fontes confirmam que a experiência foi positiva tanto para a sociedade, como para o mercado. Há ex-fumantes que confessam que cessaram de fumar graças à lei, por preguiça de procurar um lugar onde fumar é permitido ou por outras causas.
Se o tabagismo constitui um problema reconhecido pela maioria da sociedade, com os energéticos não passa a mesma coisa. Principalmente, porque eles não são considerados como bebidas alcoólicas. Se, por exemplo, o estatuto da cerveja oscila entre "bebida alcoólica" e "bebida com teor diminuído de álcool", as bebidas energéticas com teor de álcool "escondem" o álcool atrás da "energia'.
Na verdade, trata-se de uma espécie de coquetel alcoólico. A parte "energética" é usada principalmente para propaganda e dissimulação do principal efeito de embriaguez. Resulta que nem há o prazer de sentir um gosto de cerveja, nem há o fluxo de energia e renovação das forças. Simplesmente mais uma maneira pouco agradável de se embriagar.
Por isso, a iniciativa do poder legislativo moscovita é bastante saudável e esperada. A sociedade pode nem se dar conta da desaparição deste tipo de produto. Resta observar que seja realizada devidamente.
Se o tabagismo constitui um problema reconhecido pela maioria da sociedade, com os energéticos não passa a mesma coisa. Principalmente, porque eles não são considerados como bebidas alcoólicas. Se, por exemplo, o estatuto da cerveja oscila entre "bebida alcoólica" e "bebida com teor diminuído de álcool", as bebidas energéticas com teor de álcool "escondem" o álcool atrás da "energia'.
Na verdade, trata-se de uma espécie de coquetel alcoólico. A parte "energética" é usada principalmente para propaganda e dissimulação do principal efeito de embriaguez. Resulta que nem há o prazer de sentir um gosto de cerveja, nem há o fluxo de energia e renovação das forças. Simplesmente mais uma maneira pouco agradável de se embriagar.
Por isso, a iniciativa do poder legislativo moscovita é bastante saudável e esperada. A sociedade pode nem se dar conta da desaparição deste tipo de produto. Resta observar que seja realizada devidamente.