Em declarações ao Parlamento, o ministro de Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, pediu ao mundo que "acelere seu ritmo, antes que seja tarde demais".
Nesta semana, o Egito lançou um ataque aéreo contra a Líbia, depois de o grupo Estado Islâmico ter postado um vídeo com a decapitação de 21 cristãos coptas egípcios.
Horas antes de uma reunião do Conselho de Segurança, Gentiloni disse que a ONU precisa "dobrar seus esforços" para promover o diálogo político entre os líbios, que estão divididos entre milícias que lutam entre si, facções islamitas e rivalidades tribais.
Gentiloni afirmou que a única solução para a questão líbia é política, opinião compartilhada pelo Papa Francisco. Nesta quarta-feira, o pontífice pediu orações para que "a comunidade internacional possa encontrar soluções pacíficas para a difícil situação na Líbia".
Na semana passada, a Itália parecia apoiar uma intervenção militar, mas desde então o primeiro-ministro Matteo Renzi tem destacado a importância de diplomacia. Gentiloni disse que a realização de uma reunião de facções líbias em Gadamés, na Líbia, em 11 de fevereiro, parece ter sido "um passo na direção certa".
Segundo ele, a Itália está pronta para monitorar um cessar-fogo, contribuir para esforços de paz, reparar infraestrutura e fornecer treinamento militar para que as milícias possam se integrar ao Exército regular.
A Itália, de quem a Líbia foi colônia, manteve relações econômicas e políticas próximas com Trípoli durante o longo governo do ditador Muamar Kadafi, deposto em 2011.
O fato de algumas ilhas italianas estarem a algumas centenas de quilômetros da Líbia, fez com que a Itália receba uma grande quantidade de imigrantes que chegam da Líbia pelo mar Mediterrâneo. Autoridades dizem que, se o caos na Líbia aumentar, o mesmo deve acontecer com o número imigrantes do país, sem esquecer os que fogem da guerra na Síria e de outros conflitos.
Autoridades italianas também temem que os terroristas que apoiam o grupo Estado Islâmico possam se misturar aos imigrantes e chegar à Itália por mar.
fonte: Estadão Conteúdo