Caso os EUA não tivessem intervindo nos eventos na Ucrânia de há um ano, muitas das vítimas poderiam ter sido evitadas, de acordo com o político norte-americano e ex-congressista Ron Paul.
"E se John McCain tivesse ficado em casa preocupado com seus eleitores no [estado norte-americano de] Arizona? […]E se outros políticos norte-americanos e europeus tivessem feito a mesma coisa? E se Victoria Nuland e o embaixador norte-americano Jeffrey Payette se tivessem concentrados no presente, na verdadeira diplomacia e não na mudança de regime?", pergunta o político.
Ele descreve a sua versão dos acontecimentos na Ucrânia no ano passado. Segundo ele, sem a interferência estrangeira os protestos causados pela decisão do legitimamente eleito Presidente Viktor Yanukovich em adiar a assinatura do acordo de associação com a União Europeia acabariam por si mesmos, não tendo degenerado em uma guerra civil aberta. Teria sido apenas um capítulo na história da Ucrânia pós-soviética, "um país profundamente dividido", disse Ron Paul.
Mas, nos finais de 2013, um fluxo constante de políticos norte-americanos e europeus se apressou para Kiev com objetivo de apoiar os manifestantes que pediam a derrubada do governo ucraniano. Em particular, várias dessas visitas foram feitas por John McCain, lembra Ron Paul.
Enquanto isso, o embaixador dos EUA em Kiev e a adjunta do secretário de Estado Victoria Nuland estavam trabalhando no desenvolvimento do plano detalhado para o novo governo, após a lei sobre a demissão do governo legitimo ter sido adotada com sua ajuda, refere o antigo congressista, se referindo à conversa telefônica entre os dois funcionários, e que se tornou pública.
Quando o leste da Ucrânia se recusou a reconhecer o novo governo, e realizou um referendo sobre a sua secessão do oeste da Ucrânia, Kiev enviou tanques para fazer Donbass se submeter. Como resultado, mais de cinco mil pessoas foram mortas, muitas das quais eram civis, que foram bombardeadas nas suas próprias cidades pelas tropas que estão sob controle de Kiev, escreveu Ron Paul.