O executivo é acusado pelo MPF de usar o cargo na empresa para favorecer contratações de empreiteiras, mediante pagamento de propina.
O operador do esquema seria Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Algorta, por sua vez, teria lavado dinheiro ao comprar, com valores ilícitos, um apartamento de luxo no Rio de Janeiro em nome da offshore Jolmey. O negócio serviu, segundo o MPF, para ocultar a propriedade de Cerveró.
Parte dos valores recebidos pelo ex-diretor da Petrobras como propina foi remetida para o exterior, para offshore na Suíça e no Uruguai. A Operação Lava Jato apurou que parte dos valores voltou ao Brasil em simulação de investimentos na empresa Jolmey do Brasil Administradora de Bens Ltda, uma filial da uruguaia Jolmey S/A. A denúncia do MPF aponta que as duas companhias eram de Cerveró, apesar de registradas em nome de terceiros. Algorta era o presidente do Conselho de Administração da Jolmey S/A e, segundo o MPF, o "mentor intelectual" da operação que beneficiou o ex-diretor da Petrobras.
O apartamento no bairro de Ipanema, no Rio, foi adquirido pela Jolmey do Brasil por R$ 1,532 milhão e depois reformado com R$ 700 mil. O imóvel está avaliado atualmente em R$ 7,5 milhões. Segundo o MPF, desde o início o apartamento pertencia a Cerveró. Depois da reforma, a propriedade foi alugada ao ex-presidente da estatal por R$ 3.650, valor abaixo do de mercado.
O MPF pede, entre outras coisas, que a empresa perca o apartamento e solicita os valores das contas correntes da empresa. Também é pedido o pagamento de reparação dos danos causados, no valor de R$ 7,5 milhões. A denúncia foi oferecida à Justiça Federal do Paraná.