A operadora da central, a Tokyo Electric Power Company (Tepco), anunciou ontem (24) a descoberta de um depósito de água altamente radioativa acumulado sobre o teto do reator número 2 da fábrica. O líquido continha 29,4 mil bequeréis por litro de césio radioativo e 52 mil de estrôncio e outras substâncias emissoras de raios beta, de acordo com os dados divulgados pela Tepco. Segundo a companhia, a água é procedente da chuva e foi contaminada por resíduos radioativos provenientes do reator.
Em abril passado, a Tepco detectou a acumulação de água sobre o teto do reator, assim como um aumento dos níveis de radiação nas canalizações sempre que chovia. Para controlar os vazamentos de água radioativa, a operadora anunciou a instalação de sacos de areia sobre o teto do reator e a cobertura das canalizações que deságuam no mar, medidas que deverão estar concluídas até o fim de março.
A empresa também informou que não foi registrado aumento dos níveis de radioatividade na água nas imediações da central nuclear.
A acumulação de água na central é um dos principais desafios para o desmonte dos reatores que ficaram danificados no terremoto seguido de tsunami de 11 de março de 2011. A operação deverá prolongar-se por 30 ou 40 anos.
O acidente foi o mais grave desastre nuclear desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Cerca de 50 mil pessoas que viviam nas imediações do complexo continuam sem poder regressar às suas casas devido às elevadas radiações, que afetaram também a agricultura, a criação de gado e a pesca na região.
