A maior reserva de água doce do mundo, o lago Baikal, localizado no sul da Sibéria (Rússia), baixou para um nível considerado crítico, aumentando os temores de escassez para a população e de consequências negativas para o ecossistema.
“O nível caiu 2 centímetros abaixo dos 456 metros acima do nível do mar, o mínimo aceitável de acordo com o governo", disse Arkady Ivanov, da organização não governamental Greenpeace. As autoridades da Buryatia, uma das regiões russas que fazem fronteira com o lago, alarmaram para a situação em janeiro.
O departamento local do Ministério de Situações de Emergência russo anunciou que colocou o “estado de alerta” para acompanhamento do abastecimento de água das aldeias vizinhas, que estão em risco de escassez.
“Os primeiros afetados por esse nível mais baixo são os peixes e todo o ecossistema”, explicou Arkady Ivanov, ressaltando que a diminuição do nível de água se deve à atividade humana e a um ano seco. “Não há nada a fazer. Esperemos que o próximo ano seja mais chuvoso.”
Em agosto do ano passado, o governo russo anunciou um orçamento de mais 8 milhões de dólares para proteger o lago Baikal e a região que o cerca. As medidas de proteção foram encarregadas às autoridades da Buryatia, com o objetivo de atenuar o impacto da poluição no ecossistema do lago mais profundo do mundo.
A verba deveria ser usada pelo governo regional na construção e renovação de sistemas de purificação e de estações de tratamento de águas residuais. Antes desse pacote, a administração federal já havia anunciado a liberação de 17,5 milhões de dólares para implementar um programa semelhante cobrindo também as províncias de Irkutsk e Zabaykalsky.
Com quase 32 mil km² de área e profundidade máxima de 1.637 metros, o Baikal, que faz parte da lista de Patrimônios Mundiais da Unesco desde 1996, se destaca como um dos principais cartões postais da Rússia, atraindo milhares de turistas para a região da Sibéria Oriental todos os anos.