Em 18 de março, o ministro das Relações Exteriores do Chile, Heraldo Muñoz, irá deslocar-se a Paris para reunir-se com os advogados que irão defender os interesses chilenos perante a demanda judicial da Bolívia, que pretende voltar a possuir uma saída ao mar.
A Bolívia entrou com a demanda judicial ao Tribunal Internacional de Justiça como resultado de uma agitada discussão que dura já mais de um século. Em 1904, depois da Guerra do Pacífico, o Departamento do Litoral, única região marítima boliviana, passou ao Chile.
Agora, em Santiago de Chile insistem que a mudança das fronteiras foi voluntária e aprovada por todas as partes. No entanto, a Bolívia sustém que não foi assim.
O governo do Chile acusa os seus colegas da Bolívia de "fugir do diálogo". O chanceler Muñoz lembrou, no domingo (1), que o ex-presidente boliviano Carlos Mesa (autor da demanda judicial) planejava visitar o Chile, juntamente com o ministro das Relações Exteriores, David Choquehuanca, supostamente para persuadir a população local de que Antofagasta deveria voltar à Bolívia. As autoridades bolivianas, segundo o chanceler, não informaram o Chile sobre esta visita.
Também, segundo a agência argentina Télam, Muñoz advertiu a parte boliviana de que a decisão do tribunal pode ser contrária aos seus interesses: "As autoridades bolivianas deveriam responder se irão respeitar a decisão do Tribunal Internacional de Justiça caso lhes seja contrária… Ou só irão respeitar se lhes for favorável?".
De acordo com o chanceler chileno, "nenhuma demanda judicial pode ser considerada como um sinal de amizade".
Atualmente, as relações diplomáticas entre o Chile e a Bolívia estão congeladas desde 1978. A situação agravou-se ainda mais desde a apresentação formal da demanda.