Um informe divulgado na quarta-feira (4) no site do governo dos Estados Unidos afirma que as tropas norte-americanas planejam realizar exercícios conjuntos com militares da Ucrânia entre os dias 5 de março e 31 de outubro no Centro Internacional de Paz e Segurança (IPSC, na sigla em inglês), situado no campo de treinamento da cidade de Yavorov, na região de Lvov.
Até 300 militares da 173ª Brigada Aérea dos Estados Unidos, que tem sua base na Itália, estão sendo enviados para treinar o exército ucraniano em Yavorov. De acordo com Lukashevich, as tropas de Kiev vão ser instruídas "sobre como usar o equipamento militar estrangeiro", o que, segundo o diplomata russo, evidencia que os Estados Unidos “não estão tentando trazer a paz” para a Ucrânia.
O porta-voz da chancelaria russa ressaltou que as autoridades de Kiev e todo o povo ucraniano devem pensar sobre as possíveis consequências de tais medidas.
"É impossível extinguir o fogo de uma guerra civil por meio de armas. Isso só pode ser feito através de um diálogo político entre as partes em conflito", disse ele.
Lukashevich também advertiu Washington de que as relações bilaterais entre a Rússia e os Estados Unidos podem ser severamente danificadas se "os cidadãos de Donbass começarem a morrer com o uso de armas norte-americanas".
Em agosto de 2014, o porta-voz do Pentágono John Kirby disse que o país pretendia alocar US$ 19 milhões para fornecer treinamento e equipamentos para as forças da Guarda Nacional da Ucrânia, que incluem membros do grupo extremista Setor de Direita.
No ano passado, o Congresso dos Estados Unidos preparou a chamada Lei de Apoio à Liberdade da Ucrânia, que visa impor sanções contra a Rússia e fornecer armas a Kiev. Em meados de dezembro, o documento foi assinado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, que na ocasião afirmou que o governo dos Estados Unidos ainda não iria tirar proveito da nova legislação.
Nesta quinta-feira, Lukashevich também abordou a questão dos navios de guerra da OTAN no Mar Negro, dizendo se tratar de um sinal preocupante e de uma provocação “que não acrescenta nada à estabilidade e à confiança”. Segundo ele, "qualquer presença militar nas proximidades de um conflito regional é sempre uma manobra muito perigosa que pode levar a diferentes consequências desagradáveis".
O porta-voz disse ainda que a presença de navios militares norte-americanos no Mar Negro, além de “não facilitar a resolução política do conflito ucraniano", também “contradiz as declarações públicas da Administração [do presidente Barack Obama] em favor de uma solução exclusivamente política para o conflito”.