O suspeito ficará sob custódia pelo menos até 28 de abril de 2015.
Segundo informa a corte, a decisão foi tomada tendo em conta a confissão de Dadaev quanto ao envolvimento no assassinato de Nemtsov.
Neste domingo tornou-se público que o número de suspeitos de envolvimento na morte de Nemtsov cresceu de três para cinco pessoas.
A porta-voz da corte informou que o processo contra os supostos assassinos Anzor Gubashev e Zaur Dadayev será considerado pela presidente interina do tribunal, Natalya Mushnikova.
Mais tarde ela sancionou também a prisão de Anzor Gubashev.
A questão da prisão de Shagid Gubasev e dos dois novos suspeitos – Bakhaev e Eskerkhanov – ficará a cargo de um outro juiz. Gubasev ficará sob custódia até o dia sete de maio, os dois restantes – até oito de maio.
Um dos novos suspeitos alega que tem um álibi para o momento do assassinato. "Na altura do assassinato estava no trabalho. Meus colegas podem confirmam isso", declarou Eskerkhanov durante uma das audiências no tribunal.
A reação ao assassinato do político de oposição Boris Nemtsov foi imediata. O presidente da Federação da Rússia Vladimir Putin, que foi informado rapidamente sobre o crime, prestou condolências à família e amigos do político. O chefe de Estado russo delegou às autoridades de segurança do país a criação de um grupo investigativo misto, com participação do Ministério do Interior e Serviço Federal de Segurança da Federação da Rússia (FSB na sigla em russo), a tarefa coordenar os trabalhos.
Boris Nemtsov tinha 55 anos. Ele foi vice-primeiro ministro do governo russo na época do presidente Boris Yeltsin. Na ocasião, o político foi considerado um possível candidato à presidência. Em dezembro de 2007, o seu partido Soyuz Pravykh Sil (União das Forças de Direita) propôs Boris Nemtsov como candidato para o cargo de presidente da Rússia nas eleições de março de 2008. Em dezembro de 2007, o rating da sua candidatura à presidência foi inferior a 1%. Em 26 de dezembro, antes do início da campanha eleitoral, Nemtsov retirou a sua candidatura a favor de Mikhail Kasianov.
A imprensa internacional também reagiu rapidamente à morte de Boris Nemtsov. As notícias, em sua maioria, davam ênfase às atividades oposicionistas do político e informavam sobre a marcha da oposição convocada por este para 1 de março.
O secretário de imprensa do Kremlin, Dmitri Peskov, se manifestou a esse respeito à radio Kommersant. “Com todo o meu respeito à memória de Boris Nemtsov, no plano político ele não representava nenhuma ameaça para o governo atual da Rússia e para Vladimir Putin pessoalmente”.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou o assassinato e exigiu uma investigação rápida, imparcial e transparente sobre as circunstâncias do crime. A chancelaria do Reino Unido também teve postura semelhante à norte-americana e disse que irá acompanhar a investigação.