"Nossa posição é cristalina. Defesa é uma responsabilidade nacional — não da UE — e não há hipótese desta posição mudar nem de um exército europeu", afirmou um porta-voz do governo britânico.
Um dia antes, Juncker alegou que "um exército comum aos europeus mostraria à Rússia que o continente fala sério na defesa dos valores da União Europeia".
"A imagem da Europa sofreu enormemente e, em termos de política externa, parece que não somos levados a sério", disse.
Parte desse problema está na própria figura do presidente da Comissão. Juncker foi acusado recentemente de fornecer um paraíso fiscal para várias empresas em Luxemburgo. Outro escândalo, em 2013, forçou sua saída do governo de Luxemburgo. A controvérsia da época era sobre sua suposta falha na prevenção de atividades ilegais por certas agências de segurança.
Mesmo à parte dos problemas de imagem de Juncker, o governo do Reino Unido sempre respondeu reticentemente à União Europeia, e a crise econômica da Grécia só tornou a relação mais frágil.
Vários outros oficiais britânicos deram respostas igualmente hostis à proposta de Juncker. A oposição aponta para a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que já protege os interesses europeus, e para o fato de que uma força militar europeia iria apenas interferir nos exércitos já existentes.
Além disso, a proposta vem em um momento em que o governo britânico vem tentando reduzir seus gastos com as forças armadas. Um relatório publicado pelo Instituto dos Serviços Unidos Reais citou que cerca de 30 mil funcionários militares podem ser dispensados até o fim da década.
Enquanto o Reino Unido mostra-se radicalmente contra, a Alemanha tem uma postura diferente. A ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, divulgou um comunicado dizendo que "nosso futuro, como europeus, um dia será um exército europeu".