Dilma admitiu, no entanto, que o momento é delicado, dizendo não ignorar “a desaceleração do setor e da economia vivenciada no momento atual”. Logo no início de sua fala, a presidenta afirmou que tem “trabalhado de forma sistemática para superar ainda este ano essa desaceleração”.
Antes da cerimônia, ela foi recebida com vaias pelos funcionários responsáveis pela montagem dos boxes de exposição, enquanto visitava o pavilhão que passava por ajustes antes de ser aberto ao público. Ela estava acompanhada do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e de representantes empresariais do setor da indústria e comércio de materiais de construção. A feira reúne duas mil marcas nacionais e internacionais e espera receber cerca de 120 mil visitantes até sábado (14).
Durante o evento de abertura, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, defendeu o processo democrático no país para uma plateia de executivos.
Em suas palavras, “o empresário, em sua grande maioria, mesmo com esse momento difícil, tem mantido o equilíbrio” e “quer a governabilidade e a permanência do processo democrático (…), fazendo a crítica precisa”, e não uma crítica “simplista e generalista”.
Ontem (9), a presidenta Dilma também destacou a importância da democracia ao comentar os panelaços ocorridos contra o governo, no último domingo (8), em algumas regiões do país.
Apesar de assumir que o Brasil passa por um momento de dificuldades, Dilma disse que alguns setores da sociedade vêm exagerando na proporção dos problemas. Segundo ela, “nem de longe (…) estamos vivendo uma crise nas dimensões que alguns dizem que (…) estamos vivendo”, e os problemas atuais são, em sua avaliação, “estritamente conjunturais”, na medida em que o país teria “fundamentos sólidos”.
Para superar a crise, a presidenta voltou a defender a necessidade de medidas de ajuste fiscal. Ela declarou que é preciso “fazer correções e ajustes” e que, para isso, o governo está “tomando medidas que ajustam as contas públicas”. Em referência às turbulências enfrentadas pela economia mundial desde 2009, Dilma alegou que o Estado absorve, no orçamento do governo federal, “uma parte importante da crise”, o que, segundo ela, “impede que, sem fazer alguns ajustes, mantenhamos o ritmo anterior de desoneração e subsídio”.
A presidenta destacou, entretanto, que os ajustes têm como objetivo permitir que o Brasil volte a crescer, reforçando “ainda mais os fundamentos econômicos do país” e construindo “novas condições para a retomada tanto do crescimento quanto do emprego”.