Kammenos, que também é líder do partido de direita nacionalista Gregos Independentes, disse que a Grécia irá desencadear uma "onda de milhões de imigrantes econômicos" no continente se Bruxelas não recuar nas suas exigências de austeridade.
Se o país não conseguir convencer a zona do euro e o Fundo Monetário Internacional a continuarem os pagamentos no âmbito de um programa de resgate de 172 bilhões de euros, pode vir a declarar falência no final deste mês e ter que abandonar a moeda única da União Europeia.
A fronteira da Grécia com a Turquia é a linha de frente do bloco contra a imigração ilegal e para a execução de medidas destinadas a barrar o fluxo de extremistas que viajam entre a Europa e as bases do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
De acordo com Kammenos, se a zona do euro permitir à Grécia declarar falência, Atenas vai “conceder documentos de viagem da União Europeia para os imigrantes ilegais que cruzam suas fronteiras ou para os 10 mil atualmente mantidos em centros de detenção”.
"Se a Europa nos deixar na crise, vamos inundá-la com imigrantes, e vai ser ainda pior para Berlim se nessa onda de milhões de imigrantes econômicos houver também alguns jihadistas do Estado Islâmico", disse o ministro.
Segundo Kammenos, a zona Schengen de livre circulação, área que compreende 26 países europeus, deixou a região vulnerável.
"Se eles nos golpearem, vamos golpeá-los. Nós daremos aos imigrantes de toda parte os documentos que eles precisam para viajar no espaço Schengen, de modo que a onda humana poderia ir direto para Berlim", disse ele.
Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores grego, Nikos Kotzias, advertiu em uma reunião com outros ministros da União Europeia que se a Grécia for forçada a sair do bloco "haverá dezenas de milhões de imigrantes e milhares de jihadistas".
As autoridades europeias levaram as ameaças a sério e têm procurado garantias de que nenhuma medida está sendo tomada para abrir os centros de detenção.
Há duas semanas, a Grécia e seus credores concordaram em estender o resgate, mas as negociações turbulentas com o novo governo de esquerda em Atenas têm provocado ameaças de cortar todos os fundos para o país até o final de março.