O otimismo cauteloso demonstrado por Poroshenko foi esfriado pelas declarações de seu ministro de Relações Exteriores, que acusou os separatistas de obstruírem as tarefas dos monitores que verificam a retirada. Por outro lado, um porta-voz dos separatistas acusou as forças ucranianas de estarem atrasadas na retirada dos armamentos.
Poroshenko disse em entrevista à televisão estatal, na noite de segunda-feira, que armamentos pesados continuavam nas proximidades do aeroporto da cidade de Donetsk, que é controlada por separatistas.
A retirada é supervisionada por centenas de monitores da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que reclamou da falta de cooperação dos dois lados.
O coronel Andriy Lysenko, porta-voz das operações militares da Ucrânia no leste do país, disse que as forças do governo mantêm a opção de retornar as armas para suas posições originais se as hostilidades forem retomadas.
"Para não colocarmos nossos militares em risco na linha de frente, temos artilharia posicionada não muito longe", disse ele. "No caso de necessidade, ela será trazida de volta."
Lysenko disse também que as tropas ainda na linha de frente estão equipadas com as pesadas armas de infantaria necessárias para repelir qualquer avanço separatista.
Pelo acordo fechado em 12 de fevereiro, em Minsk, armamentos pesados devem ser retirados para distâncias entre 25 quilômetros e 70 quilômetros da linha de frente, dependendo do calibre das armas.
Eduard Basurin, representante das formações armadas separatistas, acusou as forças ucranianas de estarem atrasadas na retirada dos armamentos. O ministro de Relações Exteriores ucraniano, Pavlo Klimkin, por sua vez acusou os militares de Donetsk e Lugansk de reduzir a retirada de armas a uma "falsificação".
Um relatório da OSCE divulgado no domingo diz que os dois lados têm obstruído os esforços da missão de monitoramento. O documento lista uma série de situações nas quais as Forças Armadas ucranianas e combatentes rebeldes ordenaram que os grupos da OSCE parassem de seguir os comboios que retiravam os armamentos.
fonte: Estadão Conteudo