"Os Estados Unidos são agora os mestres da situação em Kiev, e eles não mudaram sua agenda estratégica na região. Que é: ganhar o controle político sobre os vastos recursos da Rússia minando sua capacidade de exportar energia através de dutos e prejudicando suas posições financeiras e econômicas", disse Hörstel, destacando o interesse de Washington em atrapalhar as relações entre Moscou e Berlim, distanciar a Europa e criar problemas internos para manter os europeus ocupados e externos para forçar a União Europeia a enviar armas para a Ucrânia.
De acordo com o analista, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, vai, como sempre, apaziguar os americanos e seguir a linha geral. Ela exigirá condições para o envio de armamentos, mas, gradualmente, acabará se juntando aos outros. "A Alemanha não será a primeira a enviar armas letais, será um dos últimos países da UE a fazê-lo. Mas, em conversas privadas com o governo ucraniano, Merkel nunca excluirá essas entregas".
Sobre o plano dos EUA de enviar 300 militares para a Ucrânia, além de drones, veículos blindados, radares e outros equipamentos militares, Hörstel disse que não é possível saber quem exatamente estará defendendo os interesses americanos na região, se serão apenas especialistas e conselheiros ou também mercenários. Segundo ele, "nós nunca saberemos quem de fato estará lá", e veremos com pouca clareza o grau de envolvimento de Washington no conflito.
No entanto, o jornalista argumenta que o que se pode afirmar até agora é que os americanos estão levando adiante o seu objetivo de desestabilizar a Rússia para provocar uma mudança de regime no país, utilizando a Ucrânia apenas como "um teatro para encenar isso".
"Acho que a guerra vai recomeçar na Ucrânia. A questão é saber se ela se limitará apenas ao Leste ou se tomará todo o país", concluiu Hörstel.