Segundo Haroldo Lima, a cobertura da grande mídia sobre casos de corrupção na Petrobras está incorreta. Ele destacou que o fato de um grupo de pessoas ter se aproveitado dos mecanismos da empresa para operações ilícitas, não significa uma devassa oficializada da estatal, como muitas vezes pode ser lido na imprensa.
O ex-diretor da ANP lamentou o enfraquecimento da Petrobras, que trouxe a tona investidas de grupos privatistas, relacionados com interesses estrangeiros. “Desde o seu surgimento a Petrobras frequentemente ficou na mira de movimentos privatistas, geralmente mancomunados com interesses estrangeiros. Porque no Brasil nenhuma empresa brasileira tem porte para comprar a Petrobras”.
Ele salientou que o caso isolado de corrupção está sendo generalizado para a empresa como um todo. “Como se a empresa toda fosse corrupta”, lamentou Lima, lembrando que a Petrobras possui cerca de 86 mil funcionários altamente competentes.
Setores brasileiros, ligados aos interesses estrangeiros, lutaram contra o regime de partilha, Haroldo Lima. Segundo ele, a revogação do regime seria até mais importante para as empresas estrangeiras, do que a privatização. O especialista revelou que, logo após o escândalo de corrupção, o deputado Aloysio Nunes (PSDB), entrou com projeto de lei sobre o fim do regime de partilha. O argumento usado por Lima para defender a sua tese foi questionar a existência de empresas brasileiras, capazes de explorar o pré-sal em regime de concessão. Segundo ele, empresas desse porte, com tecnologia e recursos necessários, não existem no Brasil.
No final da entrevista, Haroldo Lima salientou que manter o regime de partilha da produção é manter a Petrobras forte, e teceu elogios à Graça Foster, que depõe na câmara nesta quinta-feira, dia 26 de março.