Hoje, 31 de março, é o último dia do prazo estabelecido por Pequim para os países aderirem ao AIIB.
Segundo a mídia taiwanesa, a discussão sobre possível aplicação continuou até à noite. A questão é realmente difícil, tendo em conta o estado de alerta de Taiwan sobre qualquer iniciativa global da China.
Vários políticos taiwaneses, especialmente do partido da oposição DPP (Partido Democrático Progressista), opinam que tais grandes projetos significam o fortalecimento da China continental.
Segundo eles, tal fortalecimento levará a uma situação em que Pequim poderá resolver a questão de Taiwan pelo uso da força.
Apesar disso, a questão de se juntar ao banco é ambígua porque Taiwan, de fato, ficará ligado a um dos projetos financeiros prioritários da China. E o objetivo do debate intenso provavelmente era resolver a questão de como Taiwan irá manter a sua identidade e os seus interesses sendo parte do banco chinês.
Especialistas consideram o AIIB como um potencial concorrente ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial (BM), baseados nos EUA. Após declarações de Taiwan, o ministro das Finanças norte-americano, Jacob Lew, advertiu que tais organizações financeiras internacionais como o BM e o FMI correm o perigo de perder a credibilidade.
O especialista russo Andrei Karneev, vice-diretor da Universidade Estatal de Moscou Lomonosov (MSU), opina que a decisão de Taiwan foi tomada tendo em conta a dinâmica das relações no triângulo Pequim-Taipei-Washington.
Os Estados Unidos continuam ser o principal, se não o único, garante da sobrevivência de Taiwan, como participante da política mundial. Ao mesmo tempo, a China continental é o parceiro comercial e cultural mais importante de Taiwan.
Se o pedido do Taiwan for aprovado, é provável que a ilha venha a participar do AIIB como um território aduaneiro separado, por analogia com a APEC, em que Taiwan participa juntamente com a China continental.