Segundo os analistas do banco em relatório trimestral sobre o mercado internacional do boi, "os desenvolvimentos da situação na Rússia serão uma questão-chave para as exportações de carne brasileira nesse ano". As vendas externas do Brasil, no entanto, devem ser favorecidas pela desvalorização do real, uma tendência que a instituição financeira acredita que irá continuar. A depreciação torna os produtos brasileiros relativamente mais baratos para alguns mercados internacionais, o que se reflete em um ganho de competitividade.
Os analistas também preveem que os preços da arroba devem permanecer firmes durante o primeiro semestre, devido à escassez de animais. Ao mesmo tempo, a previsão é de que o confinamento tenha expansão em 2015 com os menores custos para a alimentação do boi. No entanto, essa oferta maior não deve aliviar a pressão de alta sobre a arroba no segundo trimestre, se a expectativa de aumento nas exportações se provar correta.
A menor disponibilidade de gado é um problema global, o que deve manter a oferta apertada ao longo de 2015, caso não haja um aumento na produção no curto prazo. Até o momento, a seca na Austrália tem incentivado pecuaristas a vender mais animais, o que compensa momentaneamente a restrição na oferta em outros países. No entanto, o Rabobank estima que os abates no país não podem continuar nesse nível por muito mais tempo.
Na China, os preços da carne bovina no atacado permaneceram estáveis durante o início do ano. Isso sugere um enfraquecimento na demanda, já que os preços geralmente sobem nesse período devido ao festival da primavera. Dentre os fatores que contribuem para essa retração no consumo, o banco cita a desaceleração econômica do país, a campanha anticorrupção empreendida pelo governo e os preços competitivos de proteínas alternativas.
fonte: Estadão Conteúdo