Hatem al-Dimashqi, ativista da região, que fica ao sul de Damasco, disse que o campo de Yarmouk estava sob ataque nesta segunda-feira. Tanto ele como o grupo Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, sediado em Londres, informaram que desde domingo (5) a Força Aérea do governo sírio tem lançado várias bombas de barril no campo.
Militantes do Estado Islâmico invadiram o local na quarta-feira (1), no que representa a mais profunda incursão do grupo em Damasco. Autoridades palestinas e ativistas sírios disseram que os extremistas se uniram a um grupo rival, afiliado à Al-Qaeda, a Frente Nusra, nas ações no local. Os dois grupos travaram violentos confrontos em outras partes do país, mas parecem estar cooperando no ataque a Yarmouk. Em comunicado, a Frente Nusra informou que tem posição neutra no campo de refugiados.
Gunness, porta-voz da agência da ONU que apoia os refugiados palestinos, a UNRWA, disse à Associated Press em Barcelona, na noite de domingo, que a agência não tem conseguido enviar alimentos ou comboios para o campo desde o início dos confrontos. "Isso significa que não há comida, não há água e há poucos medicamentos", disse ele. "A situação no campo é além de desumana. As pessoas estão presas em suas casas, há confrontos nas ruas. Há relatos de bombardeios. Isso tem de parar e os civis devem ser retirados."
Ele disse que 93 pessoas haviam sido retiradas do local. A ONU afirma que cerca de 18 mil civis, dentre eles uma grande quantidade de crianças, não pode sair de Yarmouk. O campo está sob cerco do governo há quase dois anos, o que leva à fome e à proliferação de doenças.
Estadão Conteúdo