De acordo com o professor Reinaldo Gonçalves, o Novo Banco de Desenvolvimento e o Arranjo Contingente de Reservas são "uma alternativa interessante" ao Fundo Monetário Internacional. Contudo, existe certo receio de que as novas instituições só favoreçam ao maior participante:
"A China vai ser o principal cotista deste fundo, e portanto ela vai ter uma ferramenta, um instrumento de pressão em relação aos outros países membros do fundo. Isso, por um lado, é positivo, já que se tem uma linha de crédito. Por outro lado, há o problema do poder extraordinário, do maior poder da China em relação aos outros membros desse fundo. A China pode usar o Arranjo Contongente de Reservas como um instrumento econômico de pressão política sobre os países que eventualmente venham a ter problemas de contas externas, problemas cambiais e precisem recorrer a esse fundo dos países BRICS".
Mas será que a China irá se tornar os novos EUA com o seu FMI, utilizando o Arranjo Contingente de Reservas como instrumento de pressão política? Especialistas chineses descartam essa opção.
Zhen Fengyin, especialista em Economia Mundial do Instituto das Relações Internacionais Contemporâneas da República Popular da China, afirma que o processo da formação e ratificação do Arranjo Contingente de Reservas poderá levar cerca de dois anos ainda, prolongando-se até 2016. Este período é necessário para a realização dos procedimentos formais e para a elaboração, dentro dos Estados participantes, de uma estratégia.
Fengyin acredita que "o Novo Banco de Desenvolvimento é uma plataforma financeira, e o Arranjo Contingente de Reservas, uma barreira de proteção".