“A Roscosmos almeja a ampliação das relações de cooperação, mas isso não significa que façamos qualquer pressão e limitemos as possibilidades de relações entre nossos parceiros e outros países”, teria dito a fonte anônima citada pela Gazeta.
Segundo a matéria publicada pela Folha na última quinta-feira, a diplomacia russa teria pressionado “discretamente o Brasil a abandonar o acordo com seus rivais ucranianos”, depois de Kiev e Brasília terem investido cerca de R$ 1 bilhão no projeto ao longo dos últimos 12 anos.
De acordo com O Estado de São Paulo, o acordo entre brasileiros e ucranianos previa que a Ucrânia ficaria responsável pela produção do foguete, enquanto os dois países rachariam a conta das obras de reconstrução da base maranhense, destruída em 2003 por uma explosão durante os preparativos para o lançamento do foguete brasileiro VLS-1. Para levar o projeto adiante, os dois países criaram em 2006 a Alcântara Cyclone Space (ACS), mas, por razões financeiras e de outras naturezas, o lançamento programado para 2010 acabou sendo adiado, e a última previsão era de que ele seria realizado neste ano.
Em janeiro passado, no entanto, levando em consideração os altos custos do projeto e a atual situação econômica do país, bem como a instabilidade política na Ucrânia, a presidenta Dilma Rousseff decidiu, junto com quatro ministros, cancelar o acordo espacial. Mas, segundo Folha e Estadão, até o momento, os ucranianos não foram formalmente notificados.
Procurada pela agência Sputnik, a empresa binacional ACS, que pode estar com seus dias contados, não quis comentar o caso, que, segundo ela, hoje diz respeito ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.