“Há um projeto, que nós chamamos 'projeto de Estado com fronteiras provisórias'. É um projeto israelense que realmente existe. Mas, infelizmente, o Hamas está negociando este plano com Israel”, disse Abbas na entrevista à agência russa RIA Novosti na véspera de sua visita à Rússia.
Mahmoud Abbas controla a Cisjordânia através das instituições da Autoridade Nacional Palestiniana e dirige a Organização para a Libertação da Palestina, o único órgão habilitado a conduzir negociações de paz com Israel.
Abbas se tem oposto a qualquer forma de soluções intermediárias, tentando alcançar rapidamente um acordo sobre o status final destes territórios — a criação de um Estado palestino dentro das fronteiras de 1967 (nas terras da Cisjordânia, Faixa de Gaza, com capital em Jerusalém Oriental) com uma "solução justa" para milhões de refugiados palestinos espalhados pelo mundo.
“Este projeto está matando a causa palestina. Em todas as oportunidades, instamos o Hamas a abandonar o projeto, porque é muito perigoso”, disse o presidente.
A Palestina propôs, em 30 de dezembro de 2014, ao Conselho de Segurança da ONU o projeto da resolução baseado no princípio de convivência de dois Estados nas fronteiras de 1967, que define o calendário de negociações para pôr fim à ocupação. Abbas também afirma que a Palestina está pronta para retomar as negociações de paz com o novo governo de Israel. Mas para isso o premiê israelense Benjamin Netanyahu deve reconhecer o projeto de resolução palestino.
“Pela nossa parte estamos prontos, mas agora o problema é de Israel. A bola está em sua metade do campo. Em Israel continua a formação do novo governo, e não sabemos como será… Mas o mais importante é que estas conversas sejam baseadas nos princípios do direito internacional”, frisou.
Abbas observou que a implementação da iniciativa palestina será difícil, porque os Estados Unidos poderão usar seu direito de veto.