Irã reconhece conspiração contra a Arábia Saudita na guerra civil do Iêmen

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Um alto diplomata iraniano condenou a campanha militar da Arábia Saudita contra o Iêmen, dizendo que seu único objetivo é "desintegrar e enfraquecer" a própria Arábia Saudita, e recomendando que o país pare de contar com a ajuda de Washington na empreitada.

O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã para Assuntos Árabes e Africanos, Hossein Amir-Abdollahian, disse que a guerra em curso no Iêmen é, de fato, uma conspiração contra a Arábia Saudita.

"Os inimigos da região [do Oriente Médio] estão, infelizmente, tentando desintegrar e debilitar a Arábia Saudita, e a agressão contra o Iêmen e as suas consequências são o ponto de partida desta conspiração sinistra", disse o funcionário, citado pela agência de notícias iraniana PressTV no último domingo (12).

Amir-Abdollahian também recomendou que Riad "pare de contar com a ajuda de Washington no Iêmen" e acusou os EUA de perseguir políticas duplas no Oriente Médio.

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Operação militar no Iêmen pode causar conflitos entre Estados Árabes e Irã
Defendendo a cessação imediata dos ataques aéreos sauditas contra Sanaa, o diplomata iraniano ressaltou que um diálogo nacional e a entrega de ajuda humanitária para o país são a única solução para o atual conflito. Segundo ele, a manutenção da agressão saudita levaria a "consequências inevitáveis".

Amir-Abdollahian também condenou o apoio dos Emirados Árabes Unidos à "política belicista equivocada" da Arábia Saudita e negou qualquer envolvimento iraniano no campo de batalha.

Mais cedo nesta segunda-feira (13), o secretário do Conselho de Segurança russo Nikolai Patrushev advertiu que a operação militar no Iêmen pode resultar em um grave conflito entre os países árabes e o Irã.

“Cada dia que passa mais Estados são atraídos para o conflito: Bahrein, Qatar, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Egito, Jordânia, Marrocos, Paquistão, Sudão. A situação poderá se transformar em um confronto generalizado entre sunitas e xiitas, e mais tarde — em um conflito ainda mais grave entre os países árabes e o Irã. A campanha militar em curso confirmou a crise emergente das organizações internacionais. A intervenção militar começou sem a autorização do Conselho de Segurança da ONU, mas com o consentimento dos Estados Unidos”, disse o secretário, em entrevista ao jornal russo Izvestiya.

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No final de março, a Arábia Saudita, ao lado de vários outros Estados árabes, incluindo o Egito, a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos, começou a realizar ataques aéreos contra as posições dos Houthis no Iêmen, após um pedido do presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, que foi forçado a fugir do país diante do avanço dos rebeldes xiitas.

De acordo com estimativas da ONU, cerca de 600 pessoas foram mortas e 2.000 ficaram feridas nos combates em curso desde o início do conflito.

A PressTV, no entanto, diz que, de acordo com fontes próximas aos Houthis, pelo menos mil pessoas, incluindo 200 crianças, já foram mortas no país desde o início da agressão saudita.

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