O acordo nuclear foi assinado entre o Governo do Irã e o grupo de potências conhecido por P5+1, formado pelos 5 membros do Conselho de Segurança da ONU (China, EUA, França, Rússia, Reino Unido) mais a Alemanha.
Segundo o especialista, compreende-se por que o governo de Teerã celebra o acordo como uma vitória. “Após anos exigindo e comandando sanções contra o Irã, negando-lhe o benefício de qualquer dúvida, Washington assinou um texto que essencialmente se baseia em apenas adiar o momento em que o Irã poderá desenvolver sua bomba.” Comenta ainda o professor Gelis que “não é surpresa que o Governo de Israel, os republicanos norte-americanos e mesmo alguns democratas já anunciaram sua oposição ao texto e sua recusa em aceitar a assinatura do texto definitivo em três meses”.
“Por que Washington cedeu tanto em Lausanne?”, pergunta o professor. E emenda:
“Os críticos de Obama argumentam que ele teria colocado seu desejo de alcançar um importante resultado diplomático, um ‘legado’ qualquer, acima dos interesses nacionais.” Mas isto seria pouco provável. “Mais razoável, diz o professor da FGV, “é supor que o Governo norte-americano já não tem condições de impor seus interesses no Oriente Médio e busca desesperadamente a aparência de uma vitória diplomática.”
“Tudo isso enquanto os Estados Unidos apoiam o ataque saudita a grupos iemenitas, que por sua vez são apoiados por Teerã. É difícil não perceber nesse acordo uma espécie de fadiga dos Estados Unidos em relação à disputa geopolítica no Oriente Médio.”