A chegada das tropas americanas acontece a mesma época em que previu o grupo de hackers CyberBerkut, que divulgou uma longa lista de inspetores militares que estariam na Ucrânia em abril.
O comboio com 50 paraquedistas e 25 veículos desembarcou em Vicenza, na Itália e viajou por Áustria e outros países aliados da OTAN como Alemanha e Polônia. A caravana chegou a Yavoriv, na Ucrânia, na última sexta-feira.
"Esta assistência é uma parte de nossos esforços para ajudar a sustentar a defesa ucraniana e as operações de segurança internacionais", disse a porta-voz do Pentágono Eileen Lainez quando a operação foi anunciada.
O comboio chega quando a violência volta a crescer no leste do país. Monitores da OSCE, a Organização para Segurança e Cooperação da Europa, relataram evidências de combates no último domingo, incluindo disparos de tanques e metralhadoras. As interrupções do cessar-fogo na última semana deixaram separatistas três mortos e outros cinco feridos.
A Operação Guardião Sem Medo é um codinome dado ação americana para treinar a Guarda Nacional da Ucrânia. Os exercícios começarão neste mês e vão durar seis meses. Trezentos soldados americanos participarão dos exercícios, mas o comboio também entregou equipamentos.
"O equipamento vai fornecer apoio à manutenção assim como transporte de cargas e soldados em áers de treinamento", diz o capitão PJ Hartman em um comunicado enviado pelo Exército dos EUA.
A imprensa ucraniana informa que o treinamento terminará com os soldados americanos entregando munição, embora o porta-voz do Exército dos EUA, Donald Wrenn, tenha afirmado à revista Newsweek que "nós do Exército na Europa não sabemos sobre a entrega de munição após o treinamento."
A missão deveria ter iniciado no mês passado, mas foi retardada após a assinatura do acordo pelo segundo cessar-fogo, em Minsk. A Operação Guardião Sem Medo é o passo mais recente na série de medidas tomadas por Washington, que se contradiz em sua mensagem de diplomacia antes de violência. Os Estados Unidos, até agora, cederam mais de US$ 120 milhões em ajuda militar não letal, incluindo 230 veículos do tipo Humvee e drones não armados.
Em uma entrevista na semana passada, o ministro russo de Relações Exteriores, Sergey Lavrov, alertou para a maior presença militar do Ocidente na Ucrânia.
"Provocadores em Kiev e aqueles que apoiam o 'partido da guerra' podem tentar estimular algo na esperança de inflamar a opinião pública mundial, resultando em armas movimentando-se na direção da Ucrânia", disse Lavrov. "Devemos ficar de olho nisto."