O jornalista atribuiu o sucesso da feira à necessidade de modernização dos países dentro da área de defesa e segurança, e em adquirir novos equipamentos. “Há uma demanda de muitos e muitos anos aqui no continente, por questões de modernização de equipamentos, novos equipamentos e fortalecimento da indústria local de países como Brasil, Argentina, Chile, Peru e Colômbia.”
Nélson Düring avalia que a feira foi uma boa oportunidade para que novos e antigos participantes do mercado entrassem nesse momento com seus novos produtos no mercado da América Latina. Ele destacou inclusive a presença expressiva da empresas da Rússia na LAAD. “A feira também se caracterizou pela presença muito importante da Rússia e a participação das empresas Rostec Tecnologias Russas e a Rosoboronexport. A delegação russa foi tão requisitada que não teve tempo para dar a habitual coletiva aos jornalistas, devido à grande demanda das delegações em manter contato com as organizações russas.”
Devido ao impasse e por conta do pouco tempo para a realização dos Jogos Olímpicos, o jornalista descarta que o Brasil possa contar ainda com o Pantsir-S1, e que “a proteção aérea das Olimpíadas deverá ser feita de outras maneiras”.
Nélson Düring, no entanto, acredita que o sistema Pantsir-S1 está inserido num processo muito mais amplo. Para ele, é um processo de união entre a empresa brasileira Odebrecht e as empresas russas Rostec, Rosoboronexport e Almaz-Antey, que é responsável pela fabricação do sistema, com o objetivo de integração tecnológica.
O jornalista acredita que a viagem da Presidenta Dilma Rousseff em julho para a Rússia deve acertar as últimas pendências relacionadas ao sistema Pantsir-S1. “Há uma questão pendente de financiamento, de acertos empresariais, industriais, para a execução do sistema. O Ministro da Defesa Jaques Wagner acredita que até agosto tudo se resolva. Como a Presidenta Dilma vai para a Rússia em julho, então devemos ter um acerto aí nesse período.”
Nélson Düring explica que alguns equipamentos russos já estão em operação na Argentina. Ele acredita que o foco da viagem de Cristina Kirchner seja o de expandir as atividades de helicópteros na Argentina, como o Mi-17 que já opera naquele país. O jornalista não crê que a ideia do Governo argentino seja adquirir aviões-caça modelo Sukhoi Su-24, pois eles no momento são desnecessários, já que a frota estaria praticamente no fim da vida útil.
Após o balanço positivo das negociações e contatos feitos durante a LAAD 2015, Nélson Düring acredita agora que é possível que no encontro da cúpula do BRICS, reunindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e que acontece de 8 a 10 de julho em Ufá, na Rússia, aconteça também um avanço sobre o destino dos equipamentos russos aqui no Brasil.