EUA enviam mais navios de guerra para o Iêmen

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Bombardeios da coalizão no Iêmen - Sputnik Brasil
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Os EUA enviaram um porta-aviões e um destroyer pesado ao litoral do Iêmen. Acusam o Irã de enviar um destacamento marítimo militar também ao Iêmen, mas parece ser pretexto inventado.

Ataques aéreos no Iêmen: Sanaa nunca tinha ouvido tão fortes explosões - Sputnik Brasil
Ataques aéreos no Iêmen: Sanaa nunca tinha ouvido tão fortes explosões
É oficial: a Marinha estadunidense confirmou que o porta-aviões Theodore Roosevelt e o destroyer Normandy, munido com mísseis guiados, estão se deslocando em direção à costa do Iêmen.

De acordo com fontes oficiais, os dois navios militares vão se juntar às forças marítimas norte-americanas já presentes nas águas litorâneas do país, que está sofrendo de uma guerra há vários meses.

Os navios "juntaram-se a outras forças dos EUA que estão conduzindo operações de segurança no mar de Arábia, golfo de Aden, estrteito de Bab el-Mandeb e na parte do sul do mar Vermelho", segundo o comunicado oficial, citado pela Sputnik International.

"Nos dias recentes, a Marinha dos Estados Unidos aumentou a sua presença nesta área, no resultado da instabilidade no Iêmen", acrescenta esta fonte.

O envio de novos navios militares pela Marinha estadunidense foi uma resposta ao alegado envio à região de nove navios por parte do Irã. Os EUA manifestam que estes navios representam uma eventual ameças à segurança no sul da península Arábica caso caiam nas mãos dos rebeldes Houthis. A lógica dos estadunidenses é assim: os Houthis são xiítas, o Irã é um país de orientação religiosa principalmente xiíta, por isso irão cooperar entre si. Mas os EUA esquecem que existem ramos diversos no Islã e nas suas diferentes modalidades. Também há diferentes correntes de sunitas e xiítas.

Segundo o conselheiro do presidente do Mejlis (parlamento) para Assuntos Internacionais da República Islâmica do Irã, Hussein Sheikholeslam, o Irã nem tem a intenção de interferir no conflito iemenita, se não for por via política. Mas é vítima de desinformação:

"Logo desde o início dos bombardeios do Iêmen pela Arábia Saudita, a mídia pró-ocidental começou uma grande campanha visando incitar o Irã a participar do conflito no Iêmen. No entanto, o Irã nunca, em condição nenhuma irá se interferir nos assuntos internos do Iêmen — nós não enviamos nem material bélico, nem contingente militar. Todas essas declarações sobre o envio de armamentos aos Houthis pelo Irã só são complô entre os EUA, o regime sionista e a Arábia Saudita que visam oprimir a rebelião do povo iemenita pela sua liberdade e independência".

Já o redator em chefe da agência noticiosa iraniana MehrNews, Hassan Hanizadeh, contatado pela Sputnik Persian, confirma a presença da frota iraniana nas águas do mar Vermelho e nos golfos de Aden e Omã:

"Há vários anos que os navios militares iranianos estão presentes no mar Vermelho e nos golfos de Aden e de Omã. Como o estreito de Bab el-Mandeb é constantemente atacado pelos piratas, o Irã enviou navios da sua frota naval para lá, para garantir segurança aos seus navios comerciais. O Irã tem várias vezes salvado navios comerciais de vários países dos ataques de piratas sem nunca violar nenhuma lei marítima".

"A Força Naval do Irã não tem, nem pode ter o objetivo de fornecer armamentos a nenhuma das partes participantes do conflito no Iêmen. Pelo contrário, o Irã apresentou uma proposta de regulação do conflito interno do Iêmen para pôr fim aos bombardeios do território do Iêmen, liderados pela Arábia Saudita", acrescentou Hanizadeh.

A ONU tem reagido ao conflito no país, apelando à pacificação. Mas a resolução das Nações Unidas silenciou a atitude bélica dos autores dos bombardeios, focando-se principalmente nas ações militares dos rebeldes Houthis, representados em parte pelo movimento Ansar Allah.

© AP Photo / Hani MohammedExplosão após um ataque aéreo da Arábia Saudita em Sanaa, capital do Iêmen
Explosão após um ataque aéreo da Arábia Saudita em Sanaa, capital do Iêmen - Sputnik Brasil
Explosão após um ataque aéreo da Arábia Saudita em Sanaa, capital do Iêmen

No entanto, o conflito continua sem que uma saída pacífica próxima seja previsível. Os bombardeios da coalizão não cessam, e o país continua sendo arrasado pela guerra."Usando o pretexto de combate à organização terrorista Al-Qaeda, os EUA sancionaram ataques aéreos de drones contra várias regiões do Iêmen. O único resultado foram dezenas de civis mortos. Agora, eles [os EUA] mobilizaram a sua Força Naval lá. Vamos de novo ser testemunhas de novos crimes contra os direitos humanos das forças militares dos EUA. Para obter acesso aos recursos petroleiros do Iêmen, eles estão prontos para começar todo tipo de ações militares".

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