Na entrevista, publicada nesta terça-feira, Yatsenyuk afirma que “a Ucrânia é apenas a primeira batalha da guerra de Moscou contra o Ocidente” e declara também que seu país agora está “protegendo as fronteiras da União Europeia de uma invasão russa.” Para Yatsenuyk, “estamos todos em perigo, já que a Rússia quer desestabilizar o planeta e faz isso como um dos cinco integrantes permanentes do Conselho de Segurança da ONU, cujo objetivo é garantir a ordem mundial.”
O primeiro-ministro explicou que a “operação antiterrorismo” que a Ucrânia promove no leste do país só existem porque o presidente da Rússia, Vladimir Putin, teria decidido enviar suas tropas como firma de punir a Ucrânia por se juntar à Europa. “Queríamos nos juntar à Europa, contra a vontade de Vladimir Putin. Ele, para nos punir, lançou uma ofensiva no leste do país.”
Demonstrando aparente falta de conhecimento da realidade política na região de Donbass, o jovem primeiro-ministro observou que a Rússia “continua a fornecer tanques, artilharia pesada e dinheiro aos rebeldes”, afirmando ainda que a resolução para o conflito vai exigir que a Rússia “retire suas forças” de uma maneira que a Ucrânia possa reintegrar as regiões de Donetsk e Lugansk. Novamente culpando o presidente russo pelas falhas de Kiev, Yatsenyuk declarou que a resolução do conflito no leste da Ucrânia “ainda não é possível porque Putin não quer.”
Em todos momentos da entrevista, Yatsenyuk disparou contra Putin, afirmando que o presidente russo é “um doido” em quem não se pode confiar e dizendo que Putin “entende apenas a linguagem que ele fala: a linguagem rude.”
O primeiro-ministro ucraniano afirmou que Putin “superestima seu país, que está passando por problemas econômicos.” Para Yatsenyuk, “cedo ou tarde o regime em Moscou vai ruir” e a Crimeia voltará a fazer parte da Ucrânia. “As mesmas pessoas que comemoraram nas ruas de Sebastopol no ano passado quando se tornaram russos estão se arrependendo amargamente hoje. Confio em minha geração e na próxima. Todos farão o possível para garantir o retorno da Crimeia à Ucrânia”, concluiu.