Alegando preocupação com a segurança nacional, o congressista republicano Doug Lamborn introduziu uma linguagem diferente ao Ato de Autorização de Defesa Nacional. Segundo o texto, o Pentágono seria proibido de usar não qualquer satélite de tempo estrangeiro, mas apenas, especificamente, satélites chineses e russos.
“A Secretaria de Defesa deve se assegurar de que o Departamento de Defesa não confia ou não pretende confiar no futuro em informações espaciais fornecidas pelo governo da China, pelo governo da Rússia ou por uma entidade controlada pelo governo da China ou pelo governo da Rússia por razões de segurança nacional”, diz o texto de Lamborn.
O documento reflete, em parte, as preocupações do Ocidente quanto a uma “guerra de informação”. Assim como o suposto “exército de trolls” de Moscou, o Pentágono parece estar considerando um novo e infundado medo de que satélites de Rússia e China propositalmente forneceriam dados equivocados.
Já que um importante satélite europeu posicionado em órbita sobre o Oriente Médio deve ser aposentado no ano que vem, o medo de que os Estados Unidos venham a confiar em satélites estrangeiros está mais presente do que nunca.
O Pentágono, entretanto, não está preocupado apenas com o clima. O texto, formulado pelo subcomitê de Forças Estratégicas do Departamento de Defesa, também inclui outras provisões redigidas especificamente por causa de uma suposta ameaça russa. Baseado o uma recomendação da OTAN, o texto pede melhorias nos postos americanos de defesa localizados na Romênia e na Polônia.
Funcionários também disseram a repórteres que o subcomitê estava buscando maneiras de reduzir a dependência do programa espacial americano de motores de foguetes produzidos na Rússia.
O Ato também oferece respostas sutis à uma suposta ameaça chinesa. O texto recomenda a mudança do X-Band Radar, uma grande estação flutuante no Pacífico, para o Atlântico. A remoção de uma instalação estratégica vulnerável aconteceria ao mesmo tempo em que a Marinha americana planeja ter 60% de sua flotilha no Pacífico. É difícil imaginar que uma dessas mudanças não esteja relacionada com a visão americana de uma possível agressividade chinesa no Mar do Sul da China.