Um porta-voz da organização, Artem Skoropatsky, disse aos jornalistas que os manifestantes vieram apoiar o batalhão de Dnepropetrovsk e ouvir de um representante da administração o que está acontecendo com o Setor de Direita.
“Não é necessário que o presidente venha aqui, mas precisamos ouvir uma resposta clara do governo sobre o que está acontecendo, que sabotagem é essa? Se isso é algum tipo de provocação de um espião, por exemplo, no Ministério da Defesa, no Estado-Maior ou na Administração presidencial, então que seja realizado um inquérito interno e punidos os culpados”, disse.
Os radicais anunciaram na terça-feira (28) que planejam organizar uma ação de protesto contra as tentativas dos militares ucranianos de desarmar a unidade do Setor de Direita na cidade de Dnepropetrovsk.
Hoje (29), pelo menos cem manifestantes, alguns deles em uniforme camuflado, se alinharam perto da cerca da Administração presidencial, relata o correspondente da agência russa RIA Novosti no local. Foram mobilizados policiais e militares da Guarda Nacional ucraniana para proteger os edifícios governamentais. Skoropatsky acrescentou que essa manifestação é preventiva.
“Mas nossa próxima ação durará até que o prédio da Administração presidencial fique queimado por completo”, frisou.
Anteriormente o líder do Setor de Direita, Dmitry Yarosh, disse que a liderança militar e política da Ucrânia decidiu intencionalmente provocar um conflito entre os nacionalistas e os militares para desacreditar o corpo de voluntários.
"Правый сектор" под Администрацией Президента. Требуют объяснений #Киев #ПравийСектор pic.twitter.com/BKbBcQvx7Z
— ОстроВ (@ostro_v) 29 апреля 2015
Mais cedo o governo ucraniano havia decidido que todas as unidades de voluntários deviam tornar-se oficialmente parte das Forças Armadas ou da Guarda Nacional. O ministro da Defesa da Ucrânia, Stepan Poltorak, disse que as unidades que participaram nos combates no leste do país passam a integrar o exército e que os batalhões de voluntários no Donbass deixam de existir.
O Setor de Direita é uma união de organizações nacionalistas de extrema-direita. Em janeiro e fevereiro de 2014, os combatentes do movimento participaram em confrontos com a polícia e no assalto a edifícios administrativos em Kiev. Depois de abril, participaram no esmagamento dos protestos no leste da Ucrânia, ao lado do exército ucraniano. Em março de 2014, o movimento foi transformado em partido político, liderado por Dmitry Yarosh, mantendo ao mesmo tempo o seu braço armado.
A Suprema Corte da Rússia baniu as atividades do Setor de Direita na Rússia, classificando a facção como extremista em novembro do ano passado.